Após informação circulada na manhã desta quarta-feira (29), de que o papa Francisco, de 86 anos, tinha sido internado em um hospital de Roma para ser submetido a exames médicos programados, o Vaticano anunciou nesta tarde, que o pontífice foi diagnosticado com uma infecção respiratória e ficará internado por vários dias.
Devido à internação, a agenda de quinta-feira (30), foi cancelada. Fontes do centro médico informaram à imprensa local que Francisco chegou em uma ambulância após apresentar problemas cardíacos e respiratórios, e que estaria sendo examinado no departamento de cardiologia da instituição.
A informação não foi confirmada pelo Vaticano, que habitualmente dá poucos detalhes sobre a saúde dos papas. Francisco teve que cancelar uma entrevista para um especial da televisão italiana sobre a Semana Santa.
Entretanto, sua internação não programada contraria a informação anunciada anteriormente pelo porta-voz papal, que alimenta todo tipo de rumores. O pontífice, que usa cadeira de rodas desde maio de 2022 devido a uma artrite no joelho direito, passou 10 dias no hospital Gemelli em julho de 2021 para uma delicada operação de cólon.
O papa explicou mais tarde que este procedimento o deixou com “sequelas”, então decidiu descartar a cirurgia no joelho, conforme aconselhado por seus médicos.
Os problemas de saúde do pontífice costumam levantar todo tipo de especulações. Nas várias entrevistas concedidas nos últimos meses, o papa latino-americano evocou a possibilidade de renunciar, tal como fez em 2013 seu antecessor, Bento XVI, que morreu no final de 2022.
Em julho passado, Francisco confessou que “já não podia viajar” com o mesmo ritmo de antes e inclusive mencionou que poderia se afastar. Em fevereiro, explicou que a renúncia de um papa “não deve virar moda” e que essa ideia “no momento” não estava em sua agenda.
Há um ano, ele conta com um “assistente pessoal de saúde” permanente – uma enfermeira. A saúde dos papas tem sido sempre uma “matéria reservada” para o Vaticano e mantida geralmente em segredo.
Em conversa com o médico e jornalista argentino Nelson Castro, que recentemente lançou um livro sobre a saúde dos papas e as doenças sofridas por eles desde Leão XIII (1878-1903), o pontífice disse que havia se “recuperado por completo” e que “não havia se sentido limitado desde então”.
Também confessou que quando residia na Argentina tratou de dores nas costas com acupuntura chinesa, que sofria de “cálculos na vesícula biliar” e que, em 2004, teve um problema cardíaco “temporário” devido a um ligeiro estreitamento de uma artéria