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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Alta da inflação mantém juros em elevação, justifica economistas

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O cenário de incertezas e instabilidade na economia tem causado reflexos no mercado financeiro e no câmbio. Como o Brasil não produz tudo o que consome, o valor dos alimentos é pressionado. 

Nos últimos três anos, durante a pandemia, os preços dispararam e subiram mais de 40%. O economista do Ibmec, Gilberto Braga, defende que existam motivos e razões de origem fiscal para a taxa Selic está em um patamar de 13,75%: 

“Com uma inflação ainda resistente e em patamares elevados, isso tudo para a economia mostra que nós temos um jogo político de fundo, do presidente da República tentando de alguma maneira dentro da sua visão fazer com que os juros caiam. Embora nenhum economista queira que os juros permaneçam altos, o governo não define qual vai ser a regra fiscal e qual é a proposta para o endividamento público. Como não existe espaço para uma queda repentina da inflação, o que faz com que os juros devam ser mantidos ainda em patamares elevados”.

Desde a pandemia da covid-19, o que se viu no cenário internacional foi uma espécie de desarranjo nas cadeias produtivas, fazendo com que alguns produtos subissem de preço, ou ficassem escassos no cenário internacional. 

Quem vai ao mercado percebe que o preço de produtos básicos estão mais elevados, sendo necessário fazer uma escolha entre diferentes opções, o chamado consumo alternativo de produtos. 

Em entrevista, o economista da Fundação Getúlio Vargas, André Braz, destacou que o aumento da taxa básica de juros é um fenômeno global que tem sido visto na esteira da pandemia e que o Banco Central não tem feito nada de diferente, mas pondera que problemas influenciam para que a taxa Selic seja uma das maiores do planeta.

“O Brasil tem vários problemas, alguns de ordem estrutural ou conjuntural. Mas a taxa de juros funciona como um potente instrumento para conter o avanço da inflação. Claro que, como todo remédio, a taxa básica de juros também tem seus efeitos colaterais, como um impedidor do crescimento e geração de emprego e renda, principalmente para os brasileiros menos favorecidos. 

Braz garante que, embora transitório, este cenário não é duradouro. Afinal, manter uma inflação alta acaba penalizando os mais pobres. Então, todos os benefícios sociais concedidos às famílias menos favorecidas acabam parcialmente sendo corroídos pela inflação. Em Brasília, o que estaria em discussão nos bastidores seria um aperfeiçoamento nos critérios para indicações de futuros dirigentes do Banco Central.

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