De um lado os novatos que surpreendem nas urnas e conquistam cadeiras tanto no Congresso Nacional quanto no Senado. Do outro, os “figurões” da política que após uma longa dinastia perdem o posto. Assim se desenha o cenário para os próximos quatro anos.
Exemplo clássico que marcou o resultado das eleições deste domingo (2) foi a vitória de Sérgio Moro (União-PR), Damares Alves (Republicanos-DF) e Marcos Pontes (PL-SP), enquanto veteranos do cenário político amargam derrotas no pleito após não conseguirem se eleger.
Entre os que amargaram a derrota, segue a lista: Alvaro Dias (Podemos-PR), Fernando Collor (PTB-AL), Romero Jucá (MDB-RR) e Kátia Abreu (PP-TO) são apenas alguns dos nomes que não devem mais frequentar os holofotes de Brasília. Também há quem deixará o mandato por não ter se candidatado, como é o caso do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que abriu mão de disputar a reeleição.
Moro substitui Alvaro
Alvaro Dias bem que tentou a reeleição, após ocupar uma cadeira no Senado por três mandatos consecutivos pelo Paraná. O ex-senador foi derrotado pelo ex-juiz Sergio Moro, que ganhou notoriedade após comandar a Operação Lava Jato, na 13ª Vara Federal de Curitiba.
O curioso da disputa entre ambos é que o ex-magistrado acabou entrando na política através de Dias, que ofereceu o Podemos para que Moro disputasse a Presidência. Ambos acabaram rompendo, causando a ida do ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública à União para concorrer ao Senado. Alvaro está no cargo de senador desde 1999.
Eduardo Cunha de fora
Igualmente responsável por lideram um movimento político importante do Brasil, Eduardo Cunha, responsável por articular o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), não teve a mesma sorte e ficará de fora da Câmara Federal em 2023.
Collor perde o governo de Alagoas
Eleito em 2014 pela segunda vez como senador por Alagoas, o ex-presidente Fernando Collor (PTB) ficará sem mandato a partir de 2023.
Superado pelos seus adversários, Paulo Dantas (MDB) e Rodrigo Cunha (União), Collor concorreu ao governo alagoano, mas ficou de fora da disputa do segundo turno.
Esta é a terceira vez que Collor perde uma eleição para o governo de Alagoas. As outras aconteceram em 2002 e 2010.
Kátia Abreu concorre sozinha e perde
Outra parlamentar veterana no Senado e que ficará sem mandato a partir de 2023 é Kátia Abreu (PP-TO). Ela perdeu a candidatura à reeleição para Professora Dorinha (União), que era apoiada pelo governador reeleito no primeiro turno, Wanderlei Barbosa (Republicanos).
A ex-senadora não conseguiu apoio em seu estado de nenhum candidato ao governo, nem mesmo do filho, Irajá Silvestre (PSD). Também não teve presidenciável que aderiu à sua candidatura. Por outro lado, contou com Cinthia Ribeiro (PSDB), prefeita de Palmas, o que acabou não sendo o suficiente para renovar o mandato.
Tucano José Serra perde o ninho
Cortaram as asas do tucano José Serra ao perder o posto na Câmara dos Deputados por São Paulo. Atualmente senador pelo estado, preferiu abrir mão da renovação do mandato e não obteve os votos necessários para conquistar a cadeira.
Aos 80 anos, Serra já ocupou os cargos de prefeito de São Paulo, governador do estado, além de comandar o Ministério das Relações Exteriores e da Saúde nos governos dos presidentes Michel Temer (MDB) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), respectivamente.
Marconi Perillo, outro tucano de fora
Após dois mandatos à frente do governo de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) foi derrotado em sua tentativa de voltar ao Senado. Ele já ocupou o referido mandato entre 2007 e 2010, mas levou a pior na disputa para Wilder Morais (PL).
Com este resultado, Perillo fica pelo menos mais quatro anos sem ocupar algum mandato desde que deixou o governo goiano em 2018. Além de chefe do executivo estadual, ele já foi deputado federal e deputado estadual.
Paulinho “perde” Força
Na política desde 2007 como deputado federal por São Paulo, Paulinho da Força (Solidariedade) deixará de ocupar uma cadeira na Câmara a partir do próximo ano.
Apesar de nas urnas ter conquistado 64 mil votos, o número não foi suficiente para conquistar uma vaga por mais quatro anos. Ele é o atual presidente do Solidariedade.
Romeu Jucá amarga derrota
Após perder as eleições de 2018 para o Senado, Romero Jucá (MDB) sofreu uma nova derrota em 2022, desta vez para Hiran Gonçalves (PP). Ele buscava retornar ao mandato que ocupou entre 1995 a 2019 por Roraima.
Jucá é uma das figuras mais tradicionais do MDB e acabou tendo o nome envolvido em escândalos decorrentes da Operação Lava Jato. Ele chegou a ter um áudio divulgado no qual propôs um “pacto” para barrar a investigação, em 2016. (UOL)