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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Policiais americanos encontram em porão restos humanos comprados via Facebook

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Fonte: Canaltech

Um homem foi preso nos Estados Unidos após alegações de estar comprando partes humanas pelo Facebook. Denúncias haviam sido feitas à polícia da cidade de Pennsboro, no estado da Pensilvânia, em junho, dizendo que os restos mortais estariam sendo anunciados em redes sociais. No mês seguinte, a denúncia de que órgãos e pele humana estariam em um porão foi feita.

A polícia local investigou o caso e confirmou o encontro de vários baldes de 20 litros cheios de restos humanos com a ajuda de um patologista forense. Os restos, supostamente, incluiriam metade de uma cabeça, uma cabeça completa sem o topo do crânio, 3 cérebros, um fígado, uma pelve, um pedaço de pele incluindo um mamilo e 4 mãos.

Os restos humanos e a denúncia

Em declaração oficial, os policias responsáveis afirmaram ter encontrado cérebros, coração, fígados, pele e pulmões humanos. O suspeito — chamado Jeremy Pauley — estava, de fato, comprando restos por mensagens no Facebook. Elas foram encontradas em seu celular, e as investigações permitiram chegar ao vendedor e à origem dos corpos.

Com a ajuda do FBI e da polícia do estado do Arkansas, descobriu-se que uma mulher, chamada Candace Scott, estava roubando os restos humanos de um necrotério e os enviando para a Pensilvânia para vendê-los. Foi determinado que a propriedade dos cadáveres é da Universidade do Arkansas.

O promotor responsável afirmou ter sido uma das investigações mais bizarras que já viu, mas não pelo motivo que você está pensando. Jeremy Pauley foi solto após pagar uma fiança de US$ 50 mil (cerca de R$ 260 mil). A acusação? Ter recebido propriedade roubada. O comércio de restos humanos, embora não regulado, é legal nos Estados Unidos. É isso mesmo que você leu.

A agente funerária Caitlin Doughty, famosa por compartilhar suas experiências nesse campo em vídeos e livros, lembra que, nos Estados Unidos, ao contrário de outros países, não há lei federal que impeça a posse, compra ou venda de partes humanas, a menos que elas sejam de um indivíduo nativo-americano (neste caso, a posse é revertida para a comunidade à qual pertencia).

De resto, as leis de cada estado decidem a legalidade da atividade: pelo menos 38 estados têm leis que proíbem a venda de restos humanos, mas elas são vagas, confusas e aplicadas à revelia. Entre 2012 e 2013, por exemplo, 454 crânios foram listados para venda do eBay (site análogo ao MercadoLivre, no Brasil), com preços a leilão começando em US$ 650 (cerca de R$ 3.400). No instagram, anos depois, os números estavam ainda maiores.

Pauley colecionava outros itens diferenciados, e seus “bens” incluíam de 15 a 20 crânios humanos e esqueletos completos, mas que vinham de compras antigas e legais, segundo a polícia. Para outros restos possuídos pelo homem, foram emitidas denúncias de abuso de cadáver, atividade ilegal e roubo de propriedade. Ele admitiu vender partes humanas que recebeu para ganho pessoal.

Seán M. McCormack, promotor do caso, aponta o absurdo do procedimento legal, demonstrando ser um caso de receptação de propriedade roubada, em última análise. Caso os itens envolvidos fossem peças de carro roubadas e vendidas, a acusação teria sido mais grave. O setor de medicina da Universidade do Arkansas emitiu um comunicado afirmando estar investigando um funcionário do necrotério pelo roubo de restos humanos doados à instituição.

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