“Não contrate um amigo ou parente.” Tem lógica? Sim. Eles o trairão o mais rapidamente, pois são com mais facilidade levados à inveja. Mas, contrate um ex-inimigo e ele lhe será mais fiel do que um amigo, porque tem mais a provar.
É natural querer empregar os amigos quando você mesmo está passando por dificuldades. O mundo é árido, e os amigos o suavizam. Além do mais, você os conhece. Por que depender de um estranho quando se tem um amigo à mão?
O problema é que nem sempre se conhece os amigos ou parentes tão bem quanto se imagina. Eles costumam concordar para evitar discussões. Disfarçam suas qualidades desagradáveis para não se ofenderem mutuamente. Visto que a honestidade raramente reforça a amizade.
Quando você decide contratar um amigo ou parente, aos poucos vai descobrindo as qualidades que ele estava escondendo. O dano vai surgindo lentamente: um pouco mais de honestidade, lampejos de inveja e ressentimento aqui e ali e, antes que você perceba, a amizade se foi.
Aconteceu, certa vez, que um empresário famoso, tentando recuperar sua empresa, falando com um dos seus piores credores e maior inimigo, foi recriminado na reunião por ter mau hálito.
O empresário, então, um tanto constrangido, assim que chegou na empresa ralhou com seu assessor que era seu amigo: “como é que você nunca me falou sobre isso?” O amigo, uma pessoa invejosa, disse: “Senhor, pensei que todos os empresários famosos tivessem o hálito com esse cheiro.”
É óbvio, portanto, que as faltas mais evidentes aos sentidos, vulgares e físicas, ou notórias ao mundo, as ficamos sabendo mais rápido pelos inimigos do que por amigos e familiares.
Saiba tirar vantagem dos inimigos. Você precisa aprender que não é pela lâmina que se segura a faca, mas pelo punho, para se ter o melhor corte. O sábio lucra mais com seus inimigos do que o tolo com seus amigos. Experimente acolher uma cobra cascavel por bondade, e verá as limitações da bondade. Lógica do Poder!
Nélio Fernando dos Reis
Professor
