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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Cabelos brancos por estresse podem ser revertidos, indica estudo

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Faz parte do conhecimento popular que situações estressantes nos deixam de cabelos brancos; estudo recente conseguiu quantificar essa ligação pela primeira vez e verificar que, em certos casos, quando fonte de preocupação é eliminada, cabelo recupera sua cor.

Uma lenda conta que, em 1793, na noite anterior à sua decapitação, o cabelo da rainha Maria Antonieta havia perdido a cor e estava completamente branco.

Embora a anedota em torno das horas finais da última rainha da França careça de evidência histórica, a ideia de que o estresse pode provocar o embranquecimento dos cabelos de maneira prematura tem fundamento na Ciência.

Mas pesquisadores americanos trazem uma boa notícia para os jovens que sofrem com os fios grisalhos.

De acordo com um novo estudo da Universidade de Columbia, em Nova York (Estados Unidos), publicado na revista científica eLife: quando a fonte de estresse é removida, o cabelo pode voltar à sua cor normal.

“Há décadas tentamos entender a influência do estresse no processo de aparecimento dos cabelos grisalhos, e este é o primeiro estudo que mostra uma ligação clara entre estresse psicológico e cabelos brancos”, explica Martin Picard, professor em Medicina Comportamental do Colégio de Médicos e Cirurgiões Vagelos, da Universidade de Columbia, e coautor do estudo.

A equipe de pesquisadores conseguiu em parte demonstrar a relação entre os dois fatores usando um método que permite estudar a cor de cada cabelo em detalhes e quantificar a perda de pigmentação.

Os pesquisadores analisaram fios de cabelos de várias partes do corpo de um grupo de 14 voluntários de diferentes idades. Os participantes tiveram que registrar seus níveis semanais de estresse em um diário.

Assim, eles descobriram que, entre os participantes mais jovens, quando o estresse desaparecia, o cabelo recuperava sua cor.

Um dos exemplos mais marcantes foi o de um homem que recuperou a cor de cinco dos fios analisados após passar duas semanas em férias.

Picard esclarece que a mudança de cor não ocorre quando o cabelo está fora do folículo piloso, mas quando “está crescendo dentro desse tipo de mini-órgão que fica sob a pele”.

Segundo o pesquisador, a perda de cor provavelmente se deve a alterações nas mitocôndrias, organelas celulares que fornecem a maior parte da energia para ativar as reações bioquímicas da célula.

“O estresse psicológico afeta os processos de energia nas mitocôndrias e, quando as mitocôndrias não funcionam bem, o cabelo perde pigmento”, explica.

Embora em alguns casos o cabelo possa recuperar temporariamente a cor, isso não acontece em todos os casos, especialmente em pessoas que já têm cabelos grisalhos há muito tempo.

“Existe uma espécie de limiar biológico e, quando o cabelo está próximo a esse limiar, o estresse pode afetar o cabelo e torná-lo branco”, diz o cientista.

“Quando a fonte de estresse é removida, o cabelo pode voltar e recuperar a cor anterior. Mas quando o cabelo ultrapassa esse limite há décadas, é altamente improvável que ele volte a ter outra cor”, acrescenta.

Isso significa que os benefícios da redução do estresse podem não ter efeito para que a cor do cabelo retorne à anterior.

Picard afirma que a pesquisa abre caminho para investigar quais outros processos ligados ao envelhecimento são influenciados pelo estresse e como eles podem ser revertidos.

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