A voz que transformou o “boa noite” do Jornal Nacional (JN) em uma marca do telejornalismo, silenciou nesta quinta-feira (3). Aos 97 anos, o jornalista, locutor e apresentador morreu de falência múltipla dos órgãos. Internado no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana do RJ, ele vinha tratando de uma pneumonia.
Para o telespectador, a imagem que Cid Moreira passava era de uma seriedade única, como não poderia deixar de ser. O que poucas pessoas conhecem é o lado espirituoso do ex-apresentador do JN.
Acredite, não é boato: Cid Moreira apresentou o Jornal Nacional de bermuda e paletó (uma única vez).
O caso virou uma lenda, lembrada até os dias de hoje, e o apresentador explicou o episódio anos depois em entrevistas.
“Na realidade, é verdade isso. Foi num sábado de carnaval”, disse ele para a apresentadora Patricia Poeta, no Encontro, em setembro de 2023.
“Estava jogando tênis aqui em Petrópolis e armou um temporal. Então eu interrompi a partida me preparei e desci. Peguei a estrada de Correias, que estava interditada porque caiu um árvore com ventania. Daí [pensei], ‘e agora, o que eu faço?'”
“Eu cheguei, o Leo batista, colega e amigo, já estava na bancada, e a Alice Maria estava enfiando a ‘unha na mão’, nervosa. O Leo levantou, eu sentei. Acabei de fechar a gravata no ar. Eu tenho pesadelo até hoje.”
Segundo o Memória Globo, Cid Moreira apresentou o Jornal Nacional aproximadamente 8 mil vezes.
Também em 2023, durante participação no Altas Horas, Cid Moreira disse que faltavam cinco minutos para o Jornal Nacional ir ao ar, então ele só conseguiu trocar a parte de cima da roupa.