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quinta-feira, 21 novembro, 2024

Médicos investigam impacto das queimadas nas doenças pulmonares

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As queimadas no Brasil e a poluição do ar resultante dos incêndios florestais acenderam o alerta na comunidade médica do país devido aos seus efeitos prejudiciais nos pulmões.

Médicos do Instituto Nacional do Câncer (Inca), da Fiocruz e do Instituto Oncoclínicas se reuniram em Brasília para o 12º Congresso Internacional Oncoclínicas Dana-Farber Cancer Institute, onde discutiram o tema com jornalistas.

Segundo o diretor-geral do Inca, Roberto de Almeida Gil, a poluição do ar é um dos principais fatores de risco para mortes precoces. “Estamos observando um aumento nas internações por problemas respiratórios agudos decorrentes das partículas inaladas durante as queimadas, mas as consequências mais sérias, como o surgimento de câncer, poderão se manifestar muitos anos depois. Esse é o preço que pagaremos pelo ar que respiramos atualmente”, destacou.

Durante a roda de conversa, os médicos explicaram que as micropartículas liberadas pelas queimadas, conhecidas como PM2.5, estão diretamente ligadas a inflamações pulmonares severas, levando a mutações celulares que podem, com o tempo, resultar em câncer. Tatiane Tilli, pesquisadora e coordenadora da Plataforma de Oncologia Translacional na Fiocruz, ressaltou que essas partículas são tão pequenas que não podem ser vistas a olho nu, mas possuem um grande potencial para causar danos severos à saúde.

Carlos Gil, presidente do Instituto Oncoclínicas, afirmou que estudos recentes têm demonstrado que a poluição ambiental, independentemente de sua origem, está cada vez mais associada ao câncer de pulmão em não fumantes.

“As pesquisas realizadas na Ásia confirmam a relação direta entre as queimadas e o aumento da incidência de câncer. Foram comparadas populações de áreas expostas à poluição típica de grandes centros urbanos com aquelas de regiões com ar menos poluído. Ficou claro que a fumaça gerada por grandes indústrias e pela queima de combustíveis fósseis no trânsito é um dos principais fatores causadores de câncer. Embora essas investigações não tenham se concentrado especificamente em queimadas, a lógica se aplica da mesma forma”, explicou o especialista.

Os médicos alertaram que, embora seja possível se proteger usando máscaras, como aconteceu durante a pandemia de Covid-19, a mudança mais urgente é a implementação de políticas públicas que previnam a intensificação da poluição do ar.

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