Durante a madrugada de segunda-feira (13), residentes de Caxias do Sul, localizada na região da Serra Gaúcha, foram surpreendidos por tremores de terra. Testemunhas relataram nas redes sociais que sentiram suas residências tremerem pelo menos três vezes. Além disso, vídeos compartilhados mostram relatos de sons de estalos.
Um dos moradores, João Vitor Ascari, relatou à equipe de reportagem que os estalos começaram por volta das 3h da manhã. “Ouvimos um estrondo muito forte, inicialmente pensamos que um muro havia desabado.
Ao sairmos, percebemos que o barulho persistia. Ficamos desesperados, então entramos no carro e saímos. Pareciam explosões, era possível sentir que vinha de algum lugar profundo, parecia um choque, extremamente assustador, nunca havia ouvido algo semelhante”, afirmou o empresário.
O Corpo de Bombeiros chegou a recomendar que os moradores deixassem suas residências imediatamente caso surgissem rachaduras.
Na madrugada desta segunda-feira (13), a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) registrou um total de quatro tremores na região serrana.
- 1h48 – magnitude de 2,4 – epicentro em Bento Gonçalves
- 2h37 – magnitude de 2,3 – epicentro em Pinto Bandeira
- 2h58 – magnitude de 2,8 – epicentro em Caxias do Sul
- 3h03 – magnitude de 2,8 – epicentro em Caxias do Sul
Em janeiro de 1955, um dos abalos sísmicos mais intensos já registrados no Brasil ocorreu na Serra do Tomador, no estado do Mato Grosso. De acordo com a Universidade de São Paulo (USP), o terremoto alcançou uma magnitude de 6,2 na escala Richter.
Os terremotos com magnitude até 3,5 graus são geralmente apenas registrados pelos sismógrafos e raramente causam danos significativos. No entanto, para serem considerados devastadores, os terremotos geralmente precisam ter uma magnitude superior a 6 graus.
Causa
A MetSul declarou que o incidente não foi um terremoto convencional, mas sim uma acomodação do solo devido ao excesso de chuva. Segundo eles, quando ocorre um volume muito grande de chuvas, esses abalos de baixa magnitude podem acontecer na região serrana. Dois episódios semelhantes foram registrados em 2023.
Em comunicado, a prefeitura de Caxias do Sul assegurou que não há ameaças à segurança da população. O geólogo Caio Torques, diretor de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMMA), explicou que o que está ocorrendo é, na verdade, a acomodação das camadas de rocha subterrâneas. Ele acrescentou que esse fenômeno já foi observado anteriormente no município.
Novos tremores
A prefeitura alerta para a possibilidade de novos tremores, pois as acomodações rochosas devem ocorrer de forma mais acelerada devido ao volume de água presente na região.
“Eventos desse tipo não possuem o poder de causar destruição, então os moradores podem ficar tranquilos. Até o momento, não foram detectados grandes deslizamentos de terra nas proximidades dos locais onde os tremores foram sentidos”, esclareceu o diretor da SEMMA.