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sábado, 27 julho, 2024

Cidade tem formação sobre combate à violência sexual

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No Maio Laranja, mobilização contra abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, a Prefeitura de Várzea Paulista realizou na sexta-feira (17), no Hotel Orquídea, uma formação para agentes envolvidos no combate diário a esses crimes. O objetivo foi preparar cada vez mais os participantes a exercerem o trabalho e estimular que o máximo possível de pessoas não se omita e faça parte dessa luta.
O encontro também lembrou 18 de maio, importante data nacional de combate a essas barbaridades que lembra a morte da menina Araceli, criança de apenas 8 anos estuprada e assassinada impunemente. O destaque foi a palestra da educadora social Rosimeire Modesto, experiente em órgãos de garantia de direitos de crianças e adolescentes e especialista em ministrar cursos e formações.
O público presente faz parte de uma série de setores da Rede de Proteção aos Direitos de Crianças e Adolescentes da cidade. Receberam a formação servidores públicos municipais das pastas municipais de Desenvolvimento Social e Saúde; professores e diretores de escolas municipais; membros do CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), Conselho Tutelar, CMAS (Conselho Municipal de Assistência Social) e Compir (Conselho Municipal da Promoção de Igualdade Racial); além de gestores de colégios particulares.
Rosimeire, que conduziu quatro encontros de capacitação com atores da rede de proteção varzina nas últimas semanas, informou que, a cada 24 horas, 320 crianças e adolescentes são explorados sexualmente no Brasil, mas, infelizmente, apenas 7 em cada 100 casos são denunciados. 75% das vítimas são meninas e a maioria dessas violentadas são negras. A especialista lembrou que, muitas vezes, a denúncia não chega a ocorrer por parte da mãe, por exemplo, em virtude do receio de sofrer represália vinda do agressor.
A educadora também citou a força das formações e outros fóruns capazes de ampliar o conhecimento. Nem sempre a criança ou adolescente tem vínculo com o professor, por exemplo, mas possui com algum outro profissional, que pode ouvir essa pessoa e perceber sinais de violência. “Momentos formativos como o de hoje promovem a inclusão dos profissionais e fortalecem a Lei da Escuta. Seria muito importante que tudo o que a gente ouve sobre violação dos direitos, sobretudo a questão sexual, fosse levado por nós a todos os profissionais envolvidos, desde a senhora que faz as refeições escolares até a diretora”, explicou.
A Prefeitura produziu materiais impressos de conscientização, citados no evento, que começaram a ser distribuídos nesta sexta-feira: uma cartilha infantil para ser trabalhada nas escolas municipais pelos professores, auxiliando as crianças a entenderem o que é a violência e como identificá-la e comunica-la; e um material para adolescentes, destinado às escolas estaduais, para alertar os jovens e informar os canais de denúncia.
A presidente do CMDCA, Eli Sandra Santana Santos, lembrou a missão de cada um dos presentes: enfrentar, todos os dias, a violência sexual contra crianças e adolescentes. “Todos os dias o nosso olhar precisa estar afinado para conseguir compreender os sinais que as crianças e adolescentes nos dão”, afirmou.
Segundo ela, saber acolher e atender os adolescentes pode trazer consequências muito positivas e, inclusive, evitar problemas futuros graves.
Ana Flavia Capellano, supervisora de Ensino na Secretaria Estadual de Ensino de São Paulo da região de Jundiaí, mostrou-se grata pelo convite feito a profissionais de escolas estaduais, algo que faz muita diferença às unidades escolares e aos próprios munícipes. A escuta adequada, no ambiente escolar, é essencial e pode, sim, identificar crimes contra os alunos. “A gente tem muito a agradecer a todos os envolvidos”.

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