Após os presidentes de Internacional, Grêmio e Juventude solicitarem à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) a interrupção de todo o Campeonato Brasileiro, jogadores dos clubes gaúchos também expressam a mesma demanda em mensagens nas redes sociais. Enquanto o Rio Grande do Sul enfrenta a maior tragédia de sua história, a entidade está considerando adiar a rodada e realocar as equipes para outro estado.
No Instagram, o goleiro Marchesin, do Grêmio, expressou seu pesar pela continuidade das atividades no futebol “como se nada estivesse acontecendo”.
“Sei que muitos clubes estão se mobilizando e enviando doações para os afetados pelas enchentes, mas acredito que a entidade máxima do futebol no Brasil deveria compreender que o momento exige total foco em salvar vidas e acolher as famílias”, escreveu o jogador.
O goleiro Thierry, que defende o Brasil de Pelotas na Série D do Brasileirão, é mais um dos jogadores a comentar sobre a tragédia que assola o estado e a defender a paralisação do maior torneio nacional.
“Eu sou totalmente a favor da paralisação. Não apenas por causa do que aconteceu com minha família, mas porque há muitas pessoas que precisam de ajuda. Apenas quem está aqui e está vivenciando sabe o que está acontecendo. É muito triste. O Rio Grande do Sul precisa de ajuda. Nós, gaúchos, que amamos nosso estado, estamos sofrendo bastante”, disse em entrevista à Rádio Clube News.
Tragédia
O Rio Grande do Sul enfrenta uma calamidade pública desde a última segunda-feira (29), quando temporais desencadearam enchentes que afetaram diversas cidades gaúchas e resultaram na perda de milhares de vidas.
De acordo com informações da Defesa Civil nesta terça-feira, o número de óbitos no estado aumentou para 90, com quatro casos ainda sob investigação. Além disso, 361 pessoas ficaram feridas.
As autoridades estão investigando se as quatro mortes estão relacionadas aos eventos causados pelas chuvas. Até o momento, há 132 pessoas desaparecidas em todo o estado. Os impactos são significativos, com um total de 1.367.506 pessoas afetadas, 48.147 alojadas em abrigos e 155.741 desalojadas, abrangendo 388 municípios atingidos pelas enchentes.