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sexta-feira, 26 julho, 2024

Escuta das crianças do HU completa seis meses

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A parceria entre a Prefeitura de Jundiaí e o Hospital Universitário para a escuta de crianças em internação na unidade hospitalar completa, ao final de março, seis meses desde a sua formalização. Neste período, a iniciativa contabilizou 20 visitas e mais de 50 escutas, resultando em diversas melhorias, tanto na ambiência hospitalar, quanto na rotina dos pacientes, como o funcionamento diário da brinquedoteca e a aquisição de novos brinquedos e livros, a instalação de nova iluminação e wi-fi nos quartos, as pinturas de solo e os brinquedos não estruturados na área externa, além do entrosamento das equipes com os pacientes.
A parceria em Jundiaí é inspirada no trabalho do hospital argentino Pedro de Elizalde, em Buenos Aires, e foi formalizada em setembro do ano passado, após a realização de projeto-piloto no início do ano passado. Além da criação de uma metodologia para as escutas, que passaram a ser semanais, as equipes responsáveis e a diretoria do hospital realizam reuniões periódicas para análise das propostas.
“Quando dizemos que uma cidade boa para as crianças é boa para todo mundo, conceito que baliza o programa Cidade das Crianças, é disso que estamos falando, da escuta atenta às contribuições delas e a implementação de melhorias e novidades que impactam positivamente toda a sociedade”, afirma o prefeito Luiz Fernando Machado.
O gestor de Cultura, Marcelo Peroni, que é também ponto focal do programa municipal e um dos promotores da escuta no hospital, comenta a importância da iniciativa. “Assim como o Comitê das Crianças e os conselhinhos nas escolas, a escuta das crianças no hospital é mais uma ferramenta vinculada aos eixos ‘Promover a Participação’ e ‘Garantir a Autonomia’ pelo programa Cidade das Crianças. Trata-se não só de experiências exitosas e que fomentam a contribuição valiosa do olhar das crianças, como também é, em sua essência, o cumprimento do direito que elas têm de opinar acerca da realidade que as impacta”.
De acordo com Rodrigo Camargo, médico do HU e responsável pela escuta especializada, o projeto tem como objetivo ouvir as crianças para identificar suas possíveis demandas e necessidades enquanto estão internadas. “Queremos, com isso, tornar o dia a dia dessas crianças no hospital mais acolhedor e confortável. Podemos proporcionar um ambiente lúdico que ajude a minimizar o impacto do que esses pacientes estão enfrentando neste momento.”
Na semana passada, a Ana Júlia Faria, de onze anos, compartilhou as suas impressões sobre os dias de internação no hospital para o tratamento de uma pancreatite. “Gostei muito de como os médicos me trataram, pois tinham muito cuidado para examinar minha barriga sem fazer eu sentir dor. Gostei também muito da brinquedoteca e de ler o livro ‘O Pequeno Príncipe’. Mas aqui servem comida de hospital, então fiquei com saudades do tempero da minha mãe. Quero comer a salada e o feijão com macarrão que ela faz, além do sorvete que meu pai sempre me traz”, comentou a paciente, que ficou feliz em receber a visita da irmã Maria Eduarda durante a internação, mas que está com saudades de sua gata Mia e de seu cachorro Jacó.
Já o Murilo Constantino, de nove anos, fez as seguintes considerações, antes de ter alta após a internação por conta de uma pneumonia. “Gostei de andar de patinete, de brincar na brinquedoteca e de comer batata palha no almoço. Mas não gostei de de acordar com choro de bebê enquanto eu dormia”, comentou o paciente há quatro dias internado e com saudades de seu cãozinho Billie, de oito meses, e de comer pizza de calabresa.
Os interessados nas experiências de Jundiaí e de Buenos Aires com a escuta de crianças em hospitais poderá acompanhar uma videoconferência sobre o tema, marcada para o dia 8 de abril, a partir das 9 horas (horário de Brasília). Além do médico Rodrigo Camargo, o encontro contará com as participações de Javier Indart, responsável pelo hospital portenho, e do pedagogo Francesco Tonucci, idealizador do conceito e da Rede de Cidades das Crianças e que esteve no HU em março do ano passado, durante o Encontro internacional promovido por Jundiaí.
Os pesquisadores e demais profissionais de segmentos afins ao tema interessados podem se inscrever, por meio de formulário on-line, até o dia 3 de abril.

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