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sexta-feira, 3 maio, 2024

Especialistas associam bebidas energéticas a problemas de saúde em jovens

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Na segunda-feira passada (15), uma pesquisa divulgada no Public Health Journal revelou uma correlação entre o consumo de bebidas energéticas e um aumento no risco de diversos problemas de saúde, abrangendo tanto aspectos psicológicos quanto cardíacos, especialmente entre jovens.

Diante dos resultados, especialistas do Centro de Pesquisa Translacional em Saúde Pública da Universidade Teesside e da Universidade de Newcastle instaram o governo britânico a proibir a venda de bebidas energéticas para menores de 16 anos, prática que também é permitida no Brasil.

A professora Amelia Lake, especialista em Nutrição em Saúde Pública da Universidade de Teesside, afirmou: “As bebidas energéticas são promovidas para crianças e jovens como uma maneira de aumentar a energia e o desempenho, mas nossas descobertas sugerem que, na realidade, estão causando mais prejuízos do que benefícios.”

O risco

A pesquisa mais recente identificou vínculos entre o consumo de energéticos e um aumento no risco de resultados adversos para a saúde mental, incluindo sintomas de ansiedade, estresse, depressão, pânico e pensamentos suicidas.

A professora da Universidade Teesside, Shelina Visram, argumenta: “As bebidas energéticas podem ser responsáveis por causar sofrimento psicológico e problemas de saúde mental. Estas são questões críticas de saúde pública que exigem atenção imediata”, diz.

A pesquisa também corroborou outros malefícios associados ao consumo de bebidas energéticas, incluindo a possibilidade de desenvolvimento de problemas cardíacos. O consumo dessas bebidas foi relacionado ao aumento da rigidez arterial, assim como a elevações significativas na pressão arterial sistólica e diastólica.

Além disso, o estudo apontou uma maior propensão a comportamentos prejudiciais entre aqueles que consomem as bebidas, como tabagismo, consumo excessivo de álcool, uso de outras substâncias, envolvimento em atividades violentas, práticas sexuais arriscadas, direção perigosa e prática de bullying.

Outras descobertas revelaram uma conexão entre o consumo de energéticos e um desempenho acadêmico inferior, qualidade de sono comprometida, duração do sono reduzida e hábitos alimentares prejudiciais, como o consumo excessivo de fast food e a tendência a pular regularmente o café da manhã.

As bebidas energéticas são caracterizadas por seu elevado teor de cafeína e açúcar, sendo esses seus principais ingredientes, além de outros estimulantes. No entanto, tais bebidas apresentam praticamente nenhum valor nutricional. Um exemplo é uma lata de 250 mililitros da principal marca do setor, que contém 80 miligramas de cafeína. Conforme as diretrizes da EFSA, a quantidade máxima segura de cafeína para ingestão não deve ultrapassar 3 miligramas por quilo de peso corporal, o que equivale a 150 miligramas para um adolescente de 50 quilos. Notavelmente, uma lata de 500 mililitros de outra marca desse tipo de bebida contém 160 miligramas a mais do que essa quantidade estabelecida como segura.

Em relação ao teor de açúcares, as bebidas energéticas geralmente oferecem entre 27,5 e 60 gramas por 250 mililitros e 500 mililitros, respectivamente. Essa quantidade é equivalente a 11-12 colheres de chá de açúcar, representando cerca de 220-240 calorias para cada lata de 500 mililitros. Vale ressaltar que muitas marcas já disponibilizam opções light ou sem açúcar, buscando reduzir essas quantidades de açúcar substituindo por adoçantes.

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