O mês de outubro foi marcado pelas altas temperaturas, o 5º mês consecutivo de recorde de calor. De acordo com anúncio feito nesta quarta-feira (8) por cientistas do observatório europeu Copernicus, 2023 será o mais quente em 125 mil anos.
“Podemos afirmar com quase total certeza que 2023 será o ano mais quente já registado”, destacou Samantha Burgess, vice-diretora do serviço de mudança climática do observatório Copernicus. Os recentes dados, que na prática são traduzidos em secas e fomes, incêndios devastadores ou furacões mais intensos, reforçam os alertas dos cientistas antes da reunião de cúpula do clima COP28 da ONU em Dubai (30 de novembro a 12 de dezembro).
Além dos dados feitos para esse ano, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) já alerta que “o ano que vem pode ser ainda mais quente. As crescentes concentrações de gases de efeito de estufa fruto da atividade humana que capturam o calor na atmosfera contribuem de forma clara e inequívoca para esse aumento das temperaturas”, declarou o secretário-geral Petteri Taalas.
“O sentimento de necessidade urgente de adotar medidas climáticas ambiciosas antes da COP28 nunca foi tão forte”, acrescentou Burgess em um comunicado. Os dados obtidos sugerem que as temperaturas atuais são provavelmente as mais quentes em mais de 100 mil anos.
“A vida no planeta Terra se encontra em estado de sítio”, alertou um grupo de cientistas renomados no final de outubro em um relatório que denunciou o “progresso mínimo” na redução das emissões de CO2. O ano de 2023 se aproxima do limite emblemático de +1,5ºC estabelecido pelo Acordo de Paris.
A COP28 deve apresentar a primeira avaliação oficial desde a adoção da meta e, se possível, as primeiras medidas de correção. A OMM previu que o limite deve ser superado pela primeira vez no período de 12 meses nos próximos cinco anos. Porém, será necessário registrar o aumento de 1,5°C na média ao longo de vários anos para considerar que a barreira foi superada do ponto de vista climático.