Um veto, quatro projetos de lei, duas denominações. Uma pauta sem muita polêmica marcou a 113ª sessão ordinária da Câmara de Jundiaí, na manhã desta terça-feira (17). Mas, no centro da discussão, manifestações de populares reivindicam o retorno da sessão noturna, interrompida ainda durante a pandemia.
Um abaixo-assinado que precisa de dez assinaturas de vereadores para mudar o período das sessões, obteve a adesão de apenas cinco legisladores.
Entre faixas e gritos de eleitores, uma declaração em especial chamou a atenção dos poucos que acompanhavam a sessão. Melhor dizendo, dos assessores parlamentares que por ali permaneceram durante o desempenho dos nobres pares.
Já as opiniões e menções de repúdio ao conflito entre Israel e Hamas continuam tomando boa parte da pauta dos legisladores nas últimas semanas. Entre elas, uma classificada pelos presentes como fake news. Declaração da vereadora e uma faixa estendida pelo plenário exigindo retratação.
Se no auditório o clima esquentou, no plenário os ânimos geraram discussões entre os próprios vereadores. “Afinal, porque a senhora consegue da Unidade de Serviços Públicos a autorização para o corte de uma árvore e eu não consigo ter o meu pedido atendido”, questionou um dos legisladores.
Por questão de ordem, à vereadora foi dado o direito à réplica. Apoiada em uma suposta perseguição por ser minoria na Casa e acreditando ser esse o seu papel como legisladora, ela se absteve de um possível favorecimento, acreditando que todos têm a garantia dos mesmos direitos, mesmo que em bancadas opostas.
Vamos ao que interessa
Entre os temas que realmente mereceram atenção, o projeto de lei de autoria do prefeito Luiz Fernando Machado que altera a autorização a alienação, mediante doação, ao Município, de área pública de propriedade da Fundação Municipal de Ação Social-FUMAS, para fim de programa habitacional de interesse social
Não tão menos importante, o projeto de lei do vereador que institui o Programa de Combate ao Retinoblastoma; e cria Campanha correlata.
Todo o restante da pauta foi composta por moções, de apoio e apelo, a diferentes assuntos: desde a ampliação das salas de aula do Estado de período regular, até o empréstimo, permuta e doação de medicamentos e fórmulas nutricionais entre o Estado, municípios e estabelecimentos de saúde.
O destaque do dia
Como toda terça-feira que se preze, sempre haverá motivos para retornar na semana seguinte. Para esta 113ª sessão, o destaque fica para o único vereador habilitado para fazer considerações sobre o conflito que já matou mais de 4 mil pessoas, em apenas dez dias de guerra.
Além da descendência, o legislador tem conhecidos próximos que vivem ou viveram o confronto que perdura há quase 70 anos. Portanto, em seu discurso condenou todo e qualquer uso de espaço e posição para emitir opiniões sobre um assunto tão complexo.
Com dados e informações de quem experimentou aquele conflito, o vereador fez ressalvas e alertou para que a tribuna jamais seja usada para a prática de fake news e lembrou que ‘o que era necessário virou conveniência’.