O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (2), que a internacionalização do sistema de pagamento instantâneo brasileiro, o Pix, é um processo contínuo, mas que o cidadão brasileiro já pode pagar compras feitas em Orlando (EUA), Argentina, Uruguai e em outros países.
O questionamento foi feito durante o evento da Associação Brasileira das Corretoras de Câmbio (Abracam) sobre quando o Pix seria internacionalizado. “A internacionalização do PIX é um processo contínuo. Hoje se for em Orlando já consegue comprar com Pix, se for no Uruguai e na Argentina consegue comprar com Pix”, disse Campos Neto.
Recentemente, ele lembrou que o governo argentino questionou a autoridade monetária brasileira sobre se os bancos internacionais poderiam usar o Pix como uma forma de integração entre os dois países. Campos Neto disse que o sistema está sendo aberto para outros BCs. Para ele, o importante é fomentar este modelo que tem funcionado muito bem na Ásia.
Perguntado como a autoridade monetária está vendo a possibilidade de aumento de fraudes por meio do Pix, como os economistas têm previsto, Campos Neto relativizou este risco. Segundo ele, as pessoas sempre falam de fraudes por meio do Pix, mas esquecem que o sistema está substituindo o dinheiro em espécie e outros nichos que tinham outros processos de fraude.
Segundo Campos Neto, “se a gente pensar que vai, eventualmente, viver em um mundo ideal, que não tem conta de aluguel, conta laranja e nem de passagem, basicamente se alguém fizer uma fraude terá que depositar o resultado daquele desvio na conta dele e você limita a capacidade de incidência desse crime”.
O que o BC tem feito, segundo Campos Neto, é dar ao usuário a flexibilidade de fazer um Pix sob medida, entendendo a necessidade dele. “Se você não quer fazer um pagamento para uma pessoa que não está na agenda, você consegue bloquear o montante, o horário para fazer uma coisa mais subjetiva”.