Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) desocuparam, na madrugada desta terça-feira (19), os prédios da administração e do curso de Letras da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFCLH) da instituição após o diretor Paulo Martins concordar com parte das demandas dos alunos, reunindo-se com eles e retirando a Polícia Militar (PM).
A paralisação, no entanto, continua, pelo menos até que as demandas de contratação de professores sejam atendidas. A paralisação segue o calendário de atividades para a semana. Os alunos esperam negociar com a reitoria.
Entre as demandas atendidas, estão: a devolução do prédio da FFLCH aos estudantes, a saída da PM e da guarda universitária dos espaços estudantis; a abertura imediata da negociação com a reitoria com a presença do diretor; uma retratação pública de Martins .
explicando porque o prédio foi tomado dos estudantes e por que quase 2 mil alunos estão na frente da diretoria exigindo permanência e professores.
De acordo com os alunos, a ocupação realizada na noite de segunda-feira (18), foi um movimento em resposta à ordem da direção da FFCLH de cancelar as aulas e colocar a guarda universitária para proteger as instalações da faculdade sob a justificativa de que o patrimônio público pudesse ser depredado.
Já os alunos do curso de Letras aprovaram, na semana passada, uma greve para esta terça-feira. E um e-mail enviado aos alunos pela direção, às vésperas do início da paralisação, engatilhou o movimento de ocupação dos prédios pelos universitários.
USP perde 800 professores em uma década e cursos têm aulas canceladas: ‘Sentimento é de frustração’. A reitoria autorizou em 2022 reposição desses docentes que se aposentaram ou saíram, mas o processo é demorado. Enquanto isso, estudantes fazem protestos em algumas faculdades.