Celebrado em 14 de agosto, o “Dia do Combate à Poluição” tem como objetivo alertar a população e setores da sociedade sobre os efeitos prejudiciais da poluição para o meio ambiente e, sobretudo, para a saúde, principalmente os rins.
De acordo com estimativa da Organização Internacional World Kidney Day, aproximadamente 10% da população mundial sofre com doenças renais. O problema tende a crescer, caso não haja uma redução dos níveis da poluição, relacionados ao aumento da temperatura global.
“A sudorese induzida pelo calor e a consequente desidratação predispõem ao maior risco de desenvolvimento de doenças renais. Além disso, à medida que as temperaturas da superfície global continuam a aumentar devido à atividade humana, os impactos adversos são agravados para as pessoas que já têm doenças renais”, explica a médica nefrologista Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira.
A função dos rins começa com a filtragem da urina, dos resíduos e dos fluidos extras do sangue, ao usar os vasos sanguíneos. Além disso, colaboram com a saúde cardiovascular e com o correto funcionamento dos músculos, mantêm os ossos saudáveis e estimulam a produção de glóbulos vermelhos, enfatiza a especialista.
“Com o aumento da temperatura, as crianças, mulheres e idosos são os mais afetados. Isso porque, nas crianças, a capacidade de equilibrar a temperatura corporal (termorregulação) ainda está sendo desenvolvida; nos idosos, essa espécie de ‘termostato’ costuma apresentar falhas; e as mulheres, por apresentarem maior nível de gordura corporal que os homens, são mais vulneráveis ao calor”, conta a médica. “Além disso, devemos prestar muita atenção ao impacto cada vez maior das mudanças climáticas nas pessoas com doenças renais”, conta a especialista.
Impactos
De acordo com informações da Sociedade Americana de Nefrologia, o impacto das mudanças climáticas provavelmente afetará desproporcionalmente as pessoas com doenças renais que têm outras condições crônicas, como doenças cardíacas e pulmonares, e são propensas a infecções.
Pacientes com insuficiência renal necessitam de vários tratamentos de diálise semanalmente. A maioria das pessoas recebe tratamentos de hemodiálise três vezes por semana em um centro de diálise ambulatorial, a interrupção da infraestrutura médica durante um desastre natural pode ter consequências terríveis.
Antes acompanhamos desastres naturais pela televisão, apenas em outros países. Vimos no começo desse ano, com as enchentes que afetaram vários estados brasileiros, que essa realidade está cada vez mais próxima de nós”, acrescenta a médica.
Dicas
Por fim, a médica indica, para prevenção de doenças renais, as seguintes recomendações:
- Aumentar o consumo de água;
- Ter uma alimentação saudável;
- Visitar um médico de confiança regularmente (para detecção precoce e intervenção de doenças renais genéticas e comorbidades como hipertensão e diabetes).