Dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) divulgados nesta quinta-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revelam que a taxa de desocupação no trimestre de julho a setembro ficou 8,7%, o que representa 9,5 milhões de pessoas —o menor nível desde dezembro de 2015.
O índice representa uma queda de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, encerrado em agosto. O rendimento médio aumentou 2,5% na comparação anual, e chegou a R$ 2.737.
A coordenadora da pesquisa, Adriana Beinguy, acredita que os resultados refletem a queda da inflação. “Na medida em que há uma retração da inflação, passa-se a ter registros de crescimento no rendimento real”, declarou.
O número de empregados no setor público foi recorde da série histórica (12,2 milhões) crescendo 2,5% (291 mil pessoas) no trimestre.
Beringuy afirma ainda que esse aumento se deve à recuperação dos segmentos de educação e saúde, após o arrefecimento da pandemia da covid-19.
A taxa de informalidade da população ocupada foi a 39,4%, menor do que a observada nos últimos dois meses, quando o número de trabalhadores sem carteira assinada bateu o recorde da série histórica.
A pesquisa mostrou também que o número de empregados sem carteira assinada bateu recorde e atingiu 13,2 milhões de pessoas, o maior número da série histórica, iniciada em 2012.
Diferenças entre Pnad e Caged
Na quarta-feira (26), o Ministério do Trabalho divulgou os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mostraram que o país abriu 278 mil novas vagas em setembro. Os dados, porém, se referem apenas a contratos regidos pela CLT, e são as próprias empresas que preenchem as informações em um sistema próprio.
Já a Pnad do IBGE é mais ampla, e compreende o mercado de trabalho informal. O levantamento é feito com entrevistadores, que perguntam a uma amostra da população sobre sua situação de trabalho.