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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Abate de suínos chega a 14 milhões de cabeças no 2o trimestre, maior resultado desde 1997

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No 2º trimestre de 2022, o abate de suínos no país chegou à marca de 14,07 milhões de cabeças abatidas, recorde na série histórica, iniciada em 1997. Essa quantidade representa alta de 7,2% ante o mesmo período de 2021 e aumento de 3,0% frente ao 1º trimestre deste ano. Os dados são da Estatística da Produção Pecuária, divulgados hoje  (06) pelo IBGE, que também mostram que o abate de bovinos aumentou 3,5% em relação ao 2º trimestre de 2021 e 5,7% em relação ao 1º trimestre de 2022.

“A proteína suína é um substituto em relação à carne bovina, que teve seu consumo reduzido por conta da elevação dos preços, observada desde 2020.” explica Bernardo Viscardi, supervisor de indicadores pecuários.

Ainda segundo Bernardo, fatores externos ajudam a explicar o porquê de cerca de 81,3% da produção suína ficarem no mercado interno no período pesquisado. “Nos últimos anos, as exportações estavam em alta, principalmente por conta da China. Após o controle da peste suína africana e a reposição do rebanho chinês, as exportações sofreram considerável redução. Outros destinos aumentaram as importações, mas não conseguiram compensar o arrefecimento da demanda chinesa”, salienta Viscardi.

No 2º trimestre, o abate de bovinos, totalizou 7,38 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária.

“A alta no abate de bovinos ocorre pelo segundo trimestre consecutivo após um período de baixa, especialmente do abate de fêmeas que vinham sendo poupadas para as atividades reprodutivas desde o fim de 2019. A recente desvalorização dos bezerros parece estar levando a um descarte maior de fêmeas. Também é relevante considerar que a carne de fêmeas, principalmente de novilhas, está sendo mais requisitada pelo mercado externo”, destaca o analista.

Os dados mostram que houve grande aumento na participação do estado de São Paulo em relação ao mesmo período do ano anterior, com alta de cerca de 163 mil cabeças. Viscardi explica um dos fatores que contribuíram com esse número. “Aparentemente, parte do abate que era realizado em Mato Grosso e Goiás, que tiveram problemas com embargos por conta do mercado chinês e reduziram suas escalas de abate ao longo do período, foram transferidas para os frigoríficos de São Paulo”.

Ainda sobre o 2º trimestre, o número de cabeças de frango abatidas registrou a marca de 1,50 bilhão, representando quedas de 1,4% em relação ao mesmo período de 2021 e 2,7% frente ao 1º trimestre de 2022. Apesar da retração observada, o mês de maio apresentou o melhor resultado em toda a série histórica, que começou em 1997.

“As exportações de carne de frango  apresentaram recorde para o trimestre, influenciadas pelo conflito na Ucrânia, que também é um importante fornecedor dessa proteína, e pela ocorrência de surtos de gripe aviária em produtores do hemisfério norte”, completa Bernardo.

A aquisição de leite, no 2º trimestre, obteve o pior resultado desde 2016, com 5,40 bilhões de litros de leite adquiridos, o que representou queda de 7,6% em relação ao mesmo período de 2021. “O setor leiteiro encontrou dificuldade para repassar os custos da cadeia produtiva para o consumidor final. O preço do leite sofreu considerável aumento no período mas, mesmo assim, não conseguiu compensar os custos com a suplementação alimentar dos rebanhos e outras despesas como energia e medicamentos”, avalia o analista.

Bernardo ressalta ainda o peso de fatores climáticos para os resultados obtidos. “Também vale citar que a escassez de chuvas em estados do Centro-Sul no primeiro trimestre comprometeu a qualidade da silagem, usada para complementar a alimentação dos animais durante o período tipicamente seco do 2º trimestre”.

A produção de ovos de galinha alcançou a marca de 998,82 milhões de dúzias no 2º trimestre de 2022, maior produção já registrada para esse período desde o início da série histórica. O estado de São Paulo continuou sendo o maior produtor dentre as Unidades da Federação, com 27,3% da produção nacional, seguido por Minas Gerais (9,2%) e Paraná (9,1%).

Já a Pesquisa Trimestral de Couro mostrou que 7,49 milhões de peças foram recebidas pelos curtumes investigados, o que representa queda de 0,9% frente ao 2º trimestre de 2021 e alta de 5,1% em relação ao 1º trimestre de 2022.

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