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sábado, 23 novembro, 2024

Covid: positividade saltou de 3 para 37% em testes na Fiocruz

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A chegada da variante Ômicron ao Brasil, no final de novembro de 2021, causou um aumento vertiginoso de casos de Covid no país. Até o dia 24 de janeiro de 2022, o percentual de casos detectáveis para Sars-CoV-2 analisados pelos laboratórios da Fiocruz foi de 37%, sendo que esse mesmo indicador foi de 3% em todo o mês de dezembro de 2021. Os dados provenientes de testes RT-PCR realizados na rede pública são consolidados e monitorados pelo Escritório de Testagem da Fiocruz a partir de fontes como o Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial do Ministério da Saúde (GAL) e das Centrais de Grande Processamento da Fundação (baseadas no Rio de Janeiro, Ceará e Paraná).

O número de testes analisados também teve forte aumento. Na Semana Epidemiológica (SE) 3 (16 a 22 de janeiro de 2022), foram analisadas 121.275 amostras pelas centrais da Fiocruz, o que representa um aumento de 195% em comparação com a média das oito semanas anteriores.

O aumento percentual de positivos é perceptível nas análises de todas as centrais da Fiocruz. A Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 baseada no Rio de Janeiro (Unadig-RJ), que atualmente processa amostras do próprio estado, do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, teve um salto de 2% em dezembro, quando foram processados 52.795 testes, para 37% até 24 de janeiro de 2022, com 88.495 amostras analisadas.

Esse crescimento também foi visto na central baseada no Ceará, que processa atualmente amostras do próprio estado e, desde janeiro de 2022, de Santa Catarina e São Paulo. Em dezembro, o laboratório processou 13.181 amostras de RT-PCR, com uma taxa de positividade de 4%. Já em janeiro, até o dia 24, foram 58.285 amostras com um percentual de casos positivos de 40%.

Já a central do Paraná tem processado apenas amostras do próprio estado, observando também um aumento na taxa de positividade, como indicado na tabela a seguir. A dinâmica de processamento de testes varia ao longo da pandemia, com as unidades trabalhando com amostras de diferentes estados de acordo com a demanda.

Ao todo, as centrais já processaram mais de 9,5 milhões de exames RT-PCR em apoio ao Ministério da Saúde, tendo atendido 23 UF, o que corresponde a cerca de 35% de todos os exames RT-PCR realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na rede pública nacional.

De acordo com a coordenadora do Escritório de Testagem da Fiocruz, Maria Clara Lippi, é importante ressaltar que, além do aumento na taxa de positividade, houve um crescimento no acesso e no processamento de testes. “Em menos de um mês, passamos de uma média semanal de 25.000 testes liberados com menos de 5% de positividade (dezembro/2021), para um patamar de processamento que cresce a cada semana e já supera 100.000 amostras por semana e 30% de positividade (janeiro/2022). Com o aumento do volume de amostras, mais uma vez as Centrais demonstram consistência e alta capacidade de resposta às demandas da testagem, seja por agilidade como por flexibilidade, que são fatores de desempenho críticos em um ambiente de dinâmico e com de variação de demanda, como o exigido no enfrentamento da pandemia”, destacou a coordenadora.

De acordo com a coordenadora-geral da Unadig, Erika de Carvalho, há um contexto que explica o que ela considera uma “explosão de casos”. Ela diz que isso ocorreu devido às confraternizações de fim de ano, além do relaxamento das medidas de isolamento social após o avanço da vacinação. “Isso fez com que a Ômicron expandisse e contaminasse uma quantidade tão grande de pessoas. Sabemos que ela é uma cepa cujo contágio é mais fácil e isso explica bem os números”. 

Carvalho ressalta que, antes deste aumento de positivos, o cenário epidemiológico era bem diferente: “Vínhamos de um momento em que observamos queda nos casos: 15 dias antes do Ano Novo, estávamos com menos de 10% de percentual positivo na Unadig-RJ”. A pesquisadora reforça que esse rápido aumento de casos pode ser sazonal, como uma ‘onda’. “Ainda assim, temos que observar”, conclui.

Os dados apresentados não incluem a análise de testes rápidos, já que essas amostras não chegam a ir para as unidades de apoio ao diagnóstico. Elas são analisadas na hora em que o exame é realizado.

Carvalho explica que o RT-PCR e é considerado padrão ouro e o ideal para diagnosticar pessoas assintomáticas. A pesquisadora explica que casos de falso negativo são comuns em testes rápidos de antígeno e o RT-PCR detecta com precisão se há presença do vírus nos casos de paciente com carga viral baixa.

Até a segunda semana de janeiro de 2022, a Fiocruz produziu e forneceu mais de 20 milhões de kits de amplificação; além de atuar na distribuição de insumos para apoio a testagem em todo território nacional, com mais de 12 milhões de testes de extração, 19 milhões de kits de coleta, 1,9 milhão de testes rápidos sorológicos e 47,4 milhões de testes rápidos de antígenos.

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