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quinta-feira, 21 novembro, 2024

Aventura e responsabilidade

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Via de regra, jovens são impetuosos, e mais velhos, prudentes. Jovens ousam, arriscam; mais velhos pensam antes de agir, medem as consequências de seus atos, ouvem amigos, analisam experiências anteriores antes de qualquer posicionamento. Assim é a vida desde que o mundo é mundo.

Ao longo da história, jovens líderes se destacaram. E se deram mal. Napoleão Bonaparte era um excelente general, que surpreendeu os mais velhos com suas táticas e conquistas. Como imperador da França, lançou-se à aventura de tomar a Rússia. Terminou por aí.
Os mais velhos o aconselharam, em vão. Explicaram que o inverno russo era o melhor soldado que o inimigo tinha. Apelaram para a prudência, para a experiência, mas não adiantou. Sua impetuosidade prevaleceu.

Por aqui, e num passado não tão distante, tivemos exemplo semelhante. Um aventureiro conseguiu chegar ao poder. Era Fernando Collor, que além de deixar péssimas lembranças, inaugurou a era da corrupção em larga escala e conseguiu ser o primeiro da história a tomar o impeachment.

Agora senador, mais velho, mais prudente, mais experiente, sabe onde errou. Mas exemplos históricos parecem não servir para outros aventureiros. A imaturidade e a vaidade, além da sede por poder, ofuscam conselhos, e novamente a prudência fica de lado. De nada adiantam os conselhos e os exemplos.

O problema é que tudo isso tem consequências. E consequências severas. Imaturos, esses aventureiros tratam o interesse público como extensão de seus negócios pessoais. Mimados, não se importam com o custo de sua aventura, com o mal que fazem aos semelhantes. Nada é mais importante que sua satisfação pessoal.

Aventureiros também têm seus rompantes de bons mocinhos. Não hesitam tomar bênçãos, seja de um padre ou de um pai de santo, para estarem em fotografias e convencerem fiéis que são gente do bem. Para eles, tanto faz ser um terço ou atabaque, desde que isso se transforme em dividendos.

Espalham suas mentiras como a mesma facilidade com que trocam de paletó e gravata; como tudo é uma aventura imatura e inconsequente, prometem o impossível; sabem que jamais cumprirão sua palavra. Que nunca estarão atrelados a nada, a não ser à vaidade, à cobiça e à ambição pessoal.

Aventureiros assim – e que não faltam nos dias atuais – precisam ter tratamento como tal. Gosta de aventuras? Ótimo. Vamos colocá-los numa ilha pelo resto de suas vidas, à semelhança de Robinson Crusoé. Essa ilha se chama indiferença. Ou então, desprezo.

Urbem
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A Editora Urbem faz parte do Grupo Novo Dia e edita livros de diversos assuntos e também a Urbem Magazine, uma revista periódica 100% digital.
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