Um passeio de motociclistas em apoio e com a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) provocou interdições em diversas vias da capital paulista, na manhã deste sábado (12).
O evento foi organizado por dezenas de motoclubes de São Paulo e de outros estados e a maioria dos participantes não usou máscaras.
Com o presidente à frente, sem máscara, a manifestação intitulada “Acelera para Cristo” começou às 10h, na região de Santana, zona norte da capital, e terminou no obelisco do Ibirapuera, às 13h30. O percurso, que incluiu um bate-volta a Jundiaí, foi de cerca de 130 km.
No entanto, embora o São Vicente esteja lotado, com mais de 90% de ocupação dos leitos de COVID, nada disso impediu o presidente de pedir para a população parar de usar máscaras, sair do isolamento social e, se pegar COVID, tomar a cloroquina remedio que, segundo pesquisas, ao invés de tratar o coronavírus aumenta o índice de mortes.
Durante o trajeto, motociclistas se envolveram em acidentes, a maioria cobriu a placa da moto com fitas adesivas e também houve aglomeração. Faixas antidemocráticas pedindo a intervenção militar foram exibidas aos participantes.
“[Há] indício robusto que houve, sim, supernotificações. E caso nós venhamos a comprovar isso, vamos ver que o Brasil passaria a ser um dos países que tem o menor índice de morte por habitante. E onde está o segredo disso? Que parece ser pecado falar: está no tratamento precoce. No ano passado, eu com 65 anos de idade fui acometido de Covid e tomei hidroxicloroquina. No dia seguinte, estava curado”, afirmou no discurso deste sábado.
- a Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que a cloroquina não deve ser usada como forma de prevenção;
- a Associação Médica Brasileira (AMB) diz que o uso de cloroquina e outros remédios sem eficácia contra Covid deve ser banido;
- a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) diz que a cloroquina não tem efeito e deve ser abandonada.