As autoridades do Paquistão estão adotando medidas mais enérgicas para que a população do país tome a vacina contra COVID-19, dentre elas o bloqueio de sinal de celular para quem recusar a vacinação. Por lá, há uma grande onda de desinformação sobre vacinas em geral, ainda que os imunizantes tenham resultados de eficácia e segurança comprovados cientificamente.
Segundo uma reportagem do New York Times publicada nesta terça-feira (15), o governo pode suspender o sinal para os relutantes que habitarem as províncias de Punjab e Sindh. Entretanto, a medida ainda não tem uma data para entrar em vigor.
O ministro da Informação em Sindh, Syed Nasir Hussain Shah, afirmou que “o governo está fazendo o possível para facilitar as pessoas na obtenção da vacina”. Os detalhes sobre como a operação funcionará não foram revelados. Além dessa solução, o governo pode suspender os salários de funcionários públicos que se recusarem a tomar a vacina, começando no mês de julho.
Como resposta às medidas anunciadas, relatos de certificados de vacinação falsos dispararam no país.
Paquistão luta contra histórico de fake news sobre vacinas
Paquistaneses são vítimas de uma grande onda de desinformação sobre vacinas, em especial a que previne a poliomielite. A população adulta, movida por ceticismo, costuma recusar a vacinação em seus filhos. As fake news sobre o assunto afirmam que a vacina contra a poliomielite pode esterilizar crianças e fazem parte de uma conspiração norte-americana.
Agora, com a pandemia de COVID-19, a onda de notícias falsas vem fazendo pessoas acreditarem que após tomarem a vacina contra o coronavírus irão morrer em um período de dois anos.
A meta do governo do Paquistão é vacinar entre 45 milhões e 65 milhões de pessoas até o fim de 2021, porém menos de 2% de sua população havia se vacinado totalmente até esta terça (15). A campanha de vacinação no país começou em 3 de fevereiro.