A mãe da paciente Fernanda Manzutti da Rocha, de 11 anos, divulgou neste sábado (5) que a menina teve uma recaída no estado de saúde. A família de Jundiaí (SP) continua com a campanha “Salve a Fernandinha”, que pretende arrecadar R$ 8 milhões para custear um tratamento contra a Leucemia Linfóide Aguda (LLA) nos Estados Unidos.
Fernanda luta contra o câncer desde fevereiro de 2020. A doença atinge o sistema imunológico e a medula óssea da criança. Segundo a família, apenas uma terapia genética, a CAR T-Cell, pode ser a esperança de Fernanda.
A campanha ficou conhecida depois que famosos compartilharam nas redes sociais a história da menina. O ex-jogador de futebol Kaká, os sertanejos Zezé di Camargo e Daniel e as atrizes Deborah Secco e Carolina Dieckmann foram algumas das celebridades que publicaram o pedido de ajuda.
Em vídeo divulgado neste sábado em uma rede social, a mãe da menina, Melissa Manzutti, contou que Fernanda iria receber alta nesta semana, mas não foi possível por causa de uma piora no estado clínico.
Desde que foi diagnosticada com a doença, a garota vive uma rotina de idas e vindas do hospital. E segundo Melissa, a doença está progredindo rápido. Ela fez um apelo para que as pessoas ajudem na campanha porque é uma chance de vida para menina.”O meu medo é que minha filha não aguente mas a toxicidade da quimioterapia. Realmente ela não tá mais aguentando. Eu percebo que a Fernanda, apesar de ser muito forte, o corpo dela está começando a fraquejar. Então, eu peço muito a vocês que ajudem a Fernanda. Ela tem uma última chance.”
Com milhares de compartilhamentos, a família busca ajuda na internet para conseguir atingir o valor. O tratamento e custos no exterior custam em torno de 1,5 milhão de dólares, valor que a família está longe de atingir.
A terapia CAR T-Cell consiste em habilitar linfócitos T, células de defesa do corpo. Elas são injetadas depois que são modificadas para rastrear e matar as células tumorais.
“A Fernanda ia receber alta, provavelmente, até o final da semana, mas isso não foi possível. A Fernanda teve uma piora nos exames clínicos, os exames que ela faz diariamente. A doença está progredindo muito rápido. A princípio, como não existe mais nenhum protocolo mais agressivo com o intuito de curar a doença, os médicos iam tentar segurar a doença dela com uma quimioterapia oral, terapia mais amena, que normalmente é usada na fase de manutenção, até que ela fosse para fazer a terapia do CAR T-Cell. Dessa maneira seria mais tranquila a questão clínica, devido a toxidade que toda quimioterapia tem. Mas, hoje, a gente foi comunicado que isso não vai ser possível, que a doença progredindo muito rápido. Então, eles vão entrar com outro protocolo tem o intuito de diminuir a carga tumoral, com o intuito, realmente, de controlar doença até que a gente consiga os recursos e consiga o centro definitivo que vai poder atender a Fernanda durante a pandemia. Então, eu vim aqui fazer um apelo vocês e pedir para quem já doou se puder doar novamente, doe qualquer valor.”
A família montou uma vaquinha online e também criou um perfil no Instagram para informar aos apoiadores sobre a situação. Mais de 5 mil pessoas colaboraram com a causa até a tarde deste sábado.
“Minha filha sempre foi uma menina cheia de saúde, sempre me impressionou nela a vontade de viver”, contou a mãe.
Segundo Mirella, desde dezembro de 2019 a criança apresentava dores nas pernas, mas fazia ballet, jazz e natação. Os pais acharam que seriam situações comuns.
“Em janeiro de 2020, nós viajamos de férias e meu coração de mãe já dizia que havia algo errado. Normalmente, a Fernanda ficava o dia todo na piscina e naquele ano tudo estava diferente”, lembra.
Em fevereiro do ano passado, as dores se intensificaram e começaram as idas aos Pronto Atendimentos e consultas na cidade. “Ficou internada a base de morfina. Estes dias foram muito difíceis, até que em 17 de fevereiro de 2020 recebemos a notícia”, recorda.
Conforme a mãe, com a possibilidade de cura, logo foi iniciado o tratamento com quimioterapia. A menina precisou se ausentar da escola, dança, da natação e o convívio com amigos.
Em novembro de 2020, um exame apontou que a doença havia voltado ainda durante o tratamento. Naquele tempo, os pais foram informados que as doses de quimioterapia aumentariam e teria que ser feito o transplante de medula óssea.
“Iniciamos desde o fim de 2020 uma campanha para achar um doador 100% compatível e não conseguimos.”
A equipe, então, decidiu que faria com um doador familiar, o irmão mais novo. No entanto, para fazer o transplante a paciente precisaria estar com a doença em remissão, segundo a mãe.
“Neste momento, quando as possibilidades nacionais esgotaram-se, os médicos nos chamaram e disseram que tínhamos duas possibilidades: um tratamento revolucionário de terapia genética não disponível aqui no Brasil ou deixar a Fer tratando paliativamente.”
A história chegou a famosos pelo país, que compartilham o caso nas redes sociais. Carolina Dieckmann, o técnico de vôlei Bernardinho e o sertanejo Mariano se engajaram.