Chegou nessa sexta-feira (23) o 6º e último episódio de “O Falcão e o Soldado Invernal” ao Disney Plus, streaming que é a casa do Universo Cinematográfico da Marvel na televisão. A série que justamente começou com o conflito pessoal e interno de Sam Wilson, o Falcão, em assumir o “manto sagrado” do Capitão América, conclui seu arco abrindo um leque de muitas possibilidades, justamente para um futuro inovador e sem receio algum por parte da Marvel Comics. A Marvel, ciente dos riscos, assim como nossos protagonistas, mostra coragem ao fazer suas apostas. Apostas certeiras, devo salientar.
O episódio final, que tem cerca de 50 minutos, tinha a tarefa de concluir algumas linhas narrativas e assim o faz, umas melhores do que as outras, na minha opinião. Mesmo de ritmo um pouco apressado em alguns momentos e algumas resoluções deixando muitas pontas soltas (propositais, como eu disse no inicio do texto) a série aborda de maneira interessante todo o conceito de heróis e vilões, e deixa de lado a abordagem maniqueísta (do tipo que o que é bom é bom, o que é mau é mau) e acrescenta tons de cinza à praticamente todos os personagens. Vale o comentário para as cenas de ação que, mesmo empolgando, parecem um pouco confusas em determinados momentos. As discussões para os efeitos do “blip” (estalo da manopla), pós-Thanos, são novamente relevantes e ganham peso, servindo de palco para o debate da questão dos refugiados, mesclando assim, ficção e realidade. Os problemas do nosso mundo também passam a ser problemas do mundo da Marvel, de agora em diante.
O Capitão América, famoso por seus discursos com tom encorajador e esperançoso, tanto nos quadrinhos assim como no cinema, parece realmente ter encontrado um substituto à altura e através de um determinado (e determinante) discurso verbalizado em tela, podemos enxergar o discurso e a voz da própria Marvel e Disney. Como alguns elementos e nuances são mais fáceis de serem interpretados por uns do que por outros, até pela própria bagagem pessoal de cada um, a série faz questão de deixar claras as suas intenções, sem meias palavras, indo direto ao assunto. A mensagem é clara.
“O Falcão e o Soldado Invernal” é um deleite tanto para o fã do MCU quanto (e principalmente) para os fãs dos quadrinhos, mostrando que tem folego pra contar novas histórias com esses mesmos personagens, agora alçando voos mais altos (com o perdão do trocadilho) e mostrando que a diversidade e a representatividade terão sim seu lugar ao Sol, dentro do panteão de grandes personagens, plenamente difundidos na cultura pop através do audiovisual. Como costumo dizer, um dos grandes papéis do entretenimento, fora divertir, é também usar a arte para questionar e levar o debate até a casa das pessoas.
Gostei muito do resultado e continuo muito empolgado pra ver esses personagens em tela. Seja na telinha quanto na telona. Vida longa à Sam WIlson e Bucky Barnes (assim como John Walker e Sharon Carter).
Felipe Gonçalves
Apresentador do Novo Dia Geek
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