Pessoas que possuem o tipo sanguíneo A são as mais prováveis a desenvolver uma forma mais grave da COVID-19, de acordo com um estudo realizado em parceria do Hemocentro com o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP), da USP. De acordo com Gil de Santis, médico, professor e um dos responsáveis do estudo, é importante considerar a análise sanguínea no momento do diagnóstico de pessoas contaminadas pelo coronavírus.
Santis diz que é crucial que a equipe médica entenda os riscos que os pacientes correm na questão da evolução da doença. “Por exemplo, saber se ele tem diabetes, saber se ele tem doença do coração e saber qual é o tipo sanguíneo também, para ele dar pelo menos uma atenção especial para esses pacientes”, explica o médico.
O Hemocentro revela que os resultados foram obtidos através da análise de um estudo realizado no ano passado, que usava o plasma para ajudar na recuperação de pacientes em estado grave. De acordo com a pesquisa, foi observado que 37 de 72 pacientes em estado crítico, que haviam recebido plasma do Hemocentro, tinham sangue do tipo A, e 28% deles do tipo O. As respostas desse estudo são opostas em relação à prevalência dos tipos de sangue de toda a população, que em sua maioria é O, e o médico concluiu que o risco de casos graves da COVID-19 no tipo A é 2,5 vezes maior.
Os motivos da prevalência da gravidade em pessoas com sangue do tipo A ainda não tem uma explicação científica, mas os especialistas acreditam na associação desta tipagem com a falta dos anticorpos que estão presentes em outros tipos, o que acaba atrapalhando na hora de combater o coronavírus. Existe ainda a possibilidade de os pacientes com sangue tipo O serem menos propensos a desenvolverem trombose, condição que surge em evoluções mais graves da COVID-19.