O youtuber Felipe Neto criou uma rede de advogados para proteger pessoas da censura no Brasil. Junto de diversos escritórios de advocacia, o influenciador digital quer prover proteção jurídica gratuita para pessoas que tenham sido atacadas pelo governo Jair Bolsonaro, como ele próprio. O nome do projeto é ‘Cala Boca Já Morreu’.
Relembre: Neto recebeu uma queixa-crime e foi intimado à depor para a Polícia Civil do Rio de Janeiro após Carlos Bolsonaro, filho do Presidente da República, fazer uma denúncia que o youtuber estaria cometendo um crime contra a Lei de Segurança Nacional (LSN) ao chamar o chefe do executivo federal de ‘genocida’ por sua gestão na pandemia.
Neto não compareceu ao depoimento porque a Juíza Gisele Guida de Faria, da 38ª Vara Criminal, anulou o pedido. Segundo a magistrada, Carlos Bolsonaro cometeu ilegalidade ao acionar LSN por não fazer parte do Ministério Público, do Exército ou do Ministério da Justiça. Além disso, Faria ainda atentou que a apuração desse tipo de crime é de responsabilidade da Polícia Federal.
Rede de proteção para defender a democracia
Felipe Neto também anunciou a criação de uma rede de advogados – a ‘Cala Boca Já Morreu’ – que tem como fim defender cidadãos comuns que estão sendo alvos de processos judiciais por criticar o governo. A rede conta com os escritórios de André Perecmanis, Augusto de Arruda Botelho, Beto Vasconcelos e Davi Tangerino, especialistas no tema.
“O Cala-Boca Já Morreu será um grupo da sociedade civil que vai lutar contra o autoritarismo e que será movido pelo princípio de que quando um cidadão é calado no exercício do seu legítimo direito de expressão, a voz da democracia se enfraquece. Não podemos nos calar. Não podemos deixar que nos calem e não vamos”, afirma Felipe Neto .