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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Falta de interesse do poder público coloca a história ferroviária da Região em risco

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Maria-Fumaça que faz o trajeto entre Campinas e Jaguariúna sobrevive com o esforço de Associação e falta de interesse governamental

Preservar a história que transformou o interior paulista, formou povoados e inúmeras famílias através das estradas de ferro é o objetivo da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF – Regional Campinas) desde 1984, quando passou a restaurar antigas locomotivas e a promover os passeios com a Maria-Fumaça entre Campinas e Jaguariúna.

Mantida sem o apoio de órgãos governamentais, seja na esfera federal, estadual ou municipal, a ABPF – Regional Campinas luta para continuar com a preservação de antigos trens que serviam à Cia. Paulista de Estradas de Ferro e a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, além de manter viva as memórias ferroviárias por meio do serviço turístico.

Há um ano, o serviço sofreu um baque com a pandemia do novo coronavírus, assim como diversos setores, e sem o apoio financeiro vivencia momentos de incertezas sobre a continuação do trabalho na região campineira.

“Temos receio de parar [o serviço], porque não temos apoio. Já fomos atrás do Poder Público, mas é tudo muito difícil. A ABPF sobrevive com a oferta dos passeios de Maria-Fumaça e das doações de insumos para a manutenção das locomotivas, dos trilhos, lenhas. Nós contamos com um quadro de 21 funcionários fixos e, como acabou o programa de redução e suspensão dos contratos de trabalho, do Governo Federal, e com a demanda turística muito baixa, não sabemos como será o futuro dos passeios de Maria-Fumaça na região”, conta o diretor administrativo da regional Campinas da ABPF, Hélio Gazetta Filho.

Maria-Fumaça que faz o trajeto entre Campinas e Jaguariúna sobrevive com o esforço da ABPF – Regional Campinas

Segundo ele, os passeios ficaram sete meses sem operação e todas as reservas da Associação foram utilizadas. Por ser uma entidade cultural, sem fins lucrativos, Hélio diz que não consegue obter empréstimos para conseguir um folego financeiro, enquanto aguarda uma melhora no cenário da saúde púbica nacional e haja mais segurança para voltar a oferecer mais passeios.

Além de buscar apoiadores na iniciativa privada, que podem fazer doações e garantir um abatimento por meios de impostos, como no Imposto de Renda, a ABPF oferece serviços de restauração de antigas locomotivas para obter uma renda e manter os funcionários e os passeios de Maria-Fumaça.

“É um cenário triste, porque é a preservação de nossa história. Do Brasil, do estado de São Paulo e dos municípios que se formaram e cresceram à beira das ferrovias. Esse descaso com o patrimônio histórico se reflete no comportamento das pessoas, que vandalizam as estações, as locomotivas, que reclamam do valor dos ingressos. E 95% de tudo o que temos aqui é patrimônio histórico da União. Nada aqui é da Associação, é tudo do Governo”, comenta.

Passeios – Os passeios são oferecidos aos sábados, domingos e feriados e percorrem 48km entre Campinas e Jaguariúna com paragens em seis estações – Anhumas, Pedro Américo, Tanquinho, Desembargador Furtado, Carlos Gomes e Jaguariúna.

A duração do passeio de Maria-Fumaça é de 3,5 horas e o valor do percurso completo é de R$ 120, sendo R$ 80 a meia-entrada. No site é possível verificar os horários de partida e as políticas para a meia-entrada. Os interessados em apoiar a Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF – Regional Campinas) podem entrar em contato pelo email helio.gazetta@cnpem.br.

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