Enquanto o Governo Federal não tem a mínima ideia de quando, como e com qual vacina pretende imunizar a população contra o coronavírus, os brasileiros que moram no exterior já estão sendo vacinados.
Esse é o caso da brasileira Adriana del Giglio que mora em Israel e ja recebeu a primeira dose da vacina e se prepara agora para a segunda dose da vacina (Pfizer/BioNTech)
“Chorei no momento da vacina”, lembra. “O primeiro-ministro tomou e nem 24h depois eu estava tomando, uma simples imigrante. A gente se sente cuidado”, disse à BBC News Brasil.
A médica paulista diz que pensou duas vezes antes de comemorar sua vacina ou compartilhar fotos do momento, visto que a maior parte da família e dos amigos (no Brasil) ainda não têm previsão de receber a vacina contra a Covid-19. O que a motivou, ela diz, é a necessidade de conscientização de que a vacina “não é questão de direita ou esquerda, mas de saúde pública”.
“É um privilégio muito grande (ter sido imunizada). O que me chamou atenção é que não tinha hierarquia na fila da vacinação — eram todos os funcionários na mesma fila, de mim até o diretor do hospital”, diz ela, que é residente no hospital Ichilov, em Tel Aviv, onde mora há mais de dois anos.
“Duvido que, no Brasil, desde o faxineiro até o diretor estarão na mesma fila na mesma hora. Isso me chocou bastante.”
A vacinação em Israel começou depois de outros países, como Reino Unido e Estados Unidos, mas o país tem se destacado pela proporção de habitantes vacinados, com a taxa recorde de mais de 12% da população vacinada contra a Covid-19.