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segunda-feira, 6 maio, 2024

Bancos privados pouco contribuíram durante a pandemia, afirma Sindicato dos Bancários

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Febraban diz que instituições concederam R$ 2,9 tri em concessões de crédito; Sindicato afirma que o crédito viabilizado veio através de dinheiro público

A pandemia do coronavírus trouxe com ela, além da insegurança sanitária, uma crise econômica com o aumento da inflação, desemprego e o encerramento de empresas que não conseguiram contornar os desafios impostos pelo novo cenário mundial.

O auxílio para muitos brasileiros veio através dos bancos, mas ainda assim, segundo o Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região, as instituições deixaram a desejar, com exceção dos bancos públicos que atenderam as demandas para pagamentos de auxílios e benefícios emergenciais nesse período.

“A Caixa pagou o auxílio emergencial, funcionou aos sábados, seus empregados fizeram um grande trabalho para atender à população, apenas em Jundiaí foram 90 mil pessoas que receberam o auxílio. No BB [Banco do Brasil], foram pagos os benefícios emergenciais (programa de manutenção dos empregos) para quem teve redução de salário ou suspensão do contrato salarial, também houve um esforço importante para isso. Esses dois bancos merecem o respeito de toda a sociedade”, destaca o presidente do sindicato, Paulo Eduardo Malerba.

Já em relação aos bancos privados, Malerba acredita que as instituições poderiam ter feito mais para auxiliar a população nessa fase. Um exemplo seria a liberação de crédito com tarifas e taxas de juros mais baixas e atrativas. “Não considero que as direções desses bancos cumpriram sua função social, poderiam ter ajudado mais a população neste momento difícil, mas o objetivo foi apenas o lucro”, argumenta.

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse em entrevista ao jornal Valor Econômico que houve R$ 2,9 trilhões em concessões de crédito desde o início de março. “Não houve nenhum programa especial dos bancos privados para liberação de crédito, o que foi viabilizado veio através de dinheiro público. Ou seja, não colocaram taxas e prazos mais atrativos para ajudar o setor produtivo e às pessoas”, rebate Malerba.

Demissões – O presidente do Sindicato dos Bancários afirma ainda que, apesar do setor não ter parado em nenhum momento este ano, inclusive tendo trabalho dobrado, houve neste período muitas demissões no setor, principalmente nas instituições privadas. “Demitiram mais de 12 mil trabalhadores no meio da pandemia, Bradesco e Santander principalmente, mas também Itaú e Mercantil”, aponta Malerba.

Para ele, o cenário para 2021 ainda é preocupante tanto para quem trabalha no setor, quanto para a população que depende das instituições. “Os bancos estão demitindo e fechando agências, sob um argumento de modernização nas relações com os clientes, através da tecnologia. Em que pesem os avanços no setor, o que vemos ainda é muita gente em filas nas agências e com dificuldade de resolver problemas junto aos bancos. A perspectiva nossa, como sindicato, será continuar a defender os empregos e a renda dos empregados e um atendimento digno para a população.”

Já a Febraban, também percebe um cenário ainda mais desafiador no próximo ano com uma provável onda de inadimplência das empresas que conseguiram algum crédito este ano de 2020.

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