Simulações realizadas pelo Instituto Escolhas apontam que a produção local poderia gerar postos de trabalho e alimentar grande número de pessoas
Um dos grandes desafios dos maiores centros urbanos do País é como alimentar o grande aglomerado de pessoas que vivem nestas regiões. A Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, possui quase 22 milhões de habitantes, cerca de 10% do total da população brasileira.
Este é o maior aglomerado urbano da América Latina, que reúne 39 municípios e concentram 17,7% do PIB nacional. Toneladas de alimentos chegam diariamente aos grandes centros vindos de todas as partes do Brasil para alimentar toda essa gente. São frutas, legumes e hortaliças, que muitas vezes acabam sendo perdidas no meio de caminho.
Fora os momentos de crise, como a greve dos caminhoneiros de 2018 ou cogitou-se no início da pandemia de Covid-19, a questão do abastecimento permanece fora dos holofotes e poucos param para refletir ou encontrar soluções que possam responder à pergunta: como toda essa gente vai comer?
Um novo estudo feito pelo Instituto Escolhas aponta algumas soluções que pode dar um norte para se resolver essa questão de forma um tanto simples, como a opção pela produção local.
Agricultura urbana – De acordo com os dados do Instituto Escolhas, atualmente a agricultura urbana tem ganhado importância na região metropolitana de São Paulo. São mais de 5 mil estabelecimentos agropecuários, sendo que os 39 municípios dessa região produzem 52% dos cogumelos e espinafre e cerca de 10% do repolho e alface de todo o país. O município com a maior participação é o de Mogi das Cruzes, com 35% do valor bruto da produção da região.
O estudo ainda aponta que 200 hectares de áreas cultivadas por propriedades modelo em áreas urbanas da metrópole, teriam o potencial de prover verduras e legumes para cerca de 80 mil pessoas e ocupar 1 mil trabalhadores.
Na prática, essa extensão equivale à área de terrenos vagos no distrito de Sapopemba, no município de São Paulo. Nesta simulação, o número de famílias que poderiam consumir os alimentos seria de 24 mil, o que corresponde a 1,5 vezes o número de famílias beneficiárias do Bolsa Família naquele distrito.
Já uma área de 60 mil hectares cultivados em propriedades modelo na área periurbana (dentro e nos arredores da cidade), por exemplo, teria o potencial de abastecer com verduras e legumes 20 milhões de pessoas por ano e criar 180 mil novos postos de trabalho na metrópole.
Saiba mais sobre o estudo “Mais perto do que se imagina: os desafios da produção de alimentos na metrópole de São Paulo”.