Quando surgiu o Poupatempo, acreditou-se que seria o fim de todos os males causados pela burocracia. E assim foi durante anos. Hoje, o Poupatempo não é uma sombra sequer de eficiência já demonstrada no passado, e chegar ao balcão da repartição desejada tornou-se um suplício. Pelo menos é o que acontece na unidade de Jundiaí, instalada nas antigas oficinas da Cia. Paulista, depois Fepasa.
O lugar não tem estrutura decente. O estacionamento é de terra, cheio de pedras e buracos tem seus extremos – poeira no calor, e lama quando chove. Por causa da pandemia, o acesso é limitado. Por causa disso, formam-se filas enormes (com aglomeração de pessoas) no lado de fora. Não importa se o interessado seja idoso, se a interessada está grávida, ou se alguém é deficiente. Atendimento preferencial no Perdetempo é coisa do passado. Todos, indistintamente, ficam no sol ou na chuva. Não há uma sombra sequer.
Mas é quando se chega à entrada do Perdetempo que as coisas se complicam. Zelosos vigilantes, vestidos de preto com frisos amarelos (e mais parecendo agentes funerários) mostram toda a autoridade que não têm, mandando as pessoas de volta à fila, ou ignorando pedido de informações. Há mais problemas.
O Detran passou a funcionar no Perdetempo, mas agora é tudo digital. Deveria ser tudo infernal. Para ser atendido no balcão é preciso marcar hora – o tal agendamento. Mas o conselho é fazer tudo pela internet, como emitir o Certificado de Licenciamento e Registro de Veículo. O telefone do Perdetempo para marcar horário é uma piada. Não informa nada, não resolve nada.
O site para impressão do certificado é o que se pode chamar de site da Mãe Joana. Confuso, esclerosado, senil, débil e imprestável. Não se consegue nada por lá. Mas até as eleições, é possível que o governador Doriana mande o Perdetempo melhorar um pouco. Para salvar alguns votos. Do jeito que está, além de Perdetempo é também um Tiravotos.
