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sexta-feira, 26 abril, 2024

Tudo tem explicação

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O mercado está com falta de muitos produtos. O polietileno é um caso. O preço do arroz e do óleo de soja foi às alturas. Alguns supermercados até estão limitando o volume de compra por cliente. O pimentão amarelo custava 20 reais o quilo na semana passada. Tudo isso tem uma explicação, e a culpa não é do Bolsonaro.

Com a pandemia, desde março muitas indústrias pararam de vez ou diminuiram muito sua produção. Funcionários doentes, medo de aglomerações… e isso começa na fonte. Quem produzia sacolinhas de supermercado precisou parar. O estoque diminuiu, e na falta do produto é inevitável seu preço subir. Há ainda o fato de menos pessoas – e consequentemente automóveis e caminhões – em circulação, o que dificulta as entregas e os negócios. Basta ver o aumento das compras via internet. Comprar é fácil, difícil é entregar.

O mesmo aconteceu com a lavoura. Quem plantou pimentão, colheu e não teve como entregar. Com menos oferta, seu preço aumentou. Quem beneficiava arroz precisou parar por causa da pandemia. Os estoques foram baixando, e na falta, acontece o mesmo – aumento de preço. Talvez até o final do ano ele volte à normalidade, uma vez que o governo zerou as taxas de importação do arroz.

E tudo isso poderia ser evitado se o consumidor deixasse a preguiça de lado e buscasse soluções. Na falta do arroz, soja ou macarrão podem ser os substitutos. Na falta de sacolinha no supermercado, não custa levar uma sacola de casa. Na falta de pimentão, compra-se tomate (que também não está barato), xuxu, nhame, mandioca. Mas a insistência é sempre com os mesmos alimentos.

O mercado tem uma lei inflexível, pétrea – a da oferta e da procura. Quando há muita oferta, os preços caem. Quando há muita procura, sobem. Não há quem consiga mudar isso. O melhor exemplo foi o Plano Cruzado em 1986. Como o governo resolveu tabelar tudo, ameaçando prender quem não cumprisse a tabela, tudo desapareceu. Não havia razão para um fabricante vender o que produziu por preço menor do que custou. Foi uma palhaçada e tanto. Criou-se até a figura do “Fiscal do Sarney”. Os alcaguetas que denunciavam o gado no pasto (faltava carne) e os centavos a mais no quilo do arroz ou feijão.

Pra complicar, é bom que não nos esqueçamos que vivemos num país onde há muitos espertinhos querendo aproveitar situações adversas. A culpa não é do Bolsonaro. Nem do Lula, nem do Ciro Gomes, nem do Doria. É nossa, que concordamos em pagar muito por qualquer porcaria que nos oferecem.

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