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quarta-feira, 24 abril, 2024

O fim de quem viveu jovens sedutoras no cinema

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Lolita é um romance lançado em 1955, cujo enredo foi transposto para o cinema. O primeiro filme foi rodado em 1962 – um professor inglês apaixonado por uma adolescente de 14 anos. Tão apaixonado que casou com a mãe dela só para estar mais próximo. Quando a mãe morre, o professor investe na enteada, mas… Há outras lolitas no cinema, nenhuma digna de fama.

Dominque Swain, por exemplo, está com 40 anos e está no série Z. Dominique viveu Lolita num filme de 1997, quando tinha 17 anos. Sua fama durou pouco. A primeira das lolitas, Sue Lyon, já dizia: “Minha destruição como pessoa vem daquele personagem”. Dominique fez uma proeza para conseguir o papel – ficou à frente de outras 2.500 candidatas, todas adolescentes, incluindo algumas que já faziam algum sucesso no cinema e na TV. Hoje ninguém se lembra dela. E há muitas razões.

A primeira, é que o filme foi um estrondoso fracassos, apesar de ser dirigido por um diretor que colecionava sucessos como Flashdance, Atração Fatal, Proposta Indecente e Nove semanas e meia de Amor. Na época, uma menina de seis anos que frequentava concursos de beleza infantil foi assassinada, e isso gerou um tremendo debate na imprensa, sobre a conotação sexual dada a crianças. Se desgraça pouca já era bobagem, um religioso, Randall Terry, lançou uma campanha contra a principal rede de livrarias americana(Barnes & Noble). E foi chumbo grosso – Randall acusou a rede de vender nus infantis, coisa que hoje dá cadeia sem dó.

O diretor do Lolita da época tomou outros cuidados. Nada de cenas calientes demais. E divulgou que nas cenas onde Lolita estaria nua, não era a adolescente, e sim uma dublê de corpo. Não adiantou. “Esse filme dá um toque erótico ao sexo infantil, provoca desejo sexual nos pedófilos. E tudo isso não importava para o diretor”, disse o ativista religioso Robert Peters, da Morality in Media, enquanto as distribuidoras adiavam a hora de fazer uma oferta por aquele que seria um dos grandes filmes do ano. Lolita acabou sendo lançada às escondidas em 1997 em uma sala em Nova York e em outra em Los Angeles e, quase ao mesmo tempo, foi exibida na televisão. Com um orçamento de mais de 50 milhões de dólares, mal arrecadou 10 milhões em todo o mundo.

Dominique não ouviu os conselhos de outras atrizes. Por sinal, a experiência dela como atriz era zero. Nunca havia se apresentado nem num palco de escola. Faltava às entrevistas coletivas, bebia demais em festas e cometia sincericídio com jornalistas. A primeira Lolita do cinema, Sue Lyon, não teve chance de lhe dar conselhos. Sue morreu em 2019. Quando soube da nova versão de Lolita, ficou pasma. “Minha destruição como pessoa vem de Lolita. Aquele filme me expôs a tentações às quais nenhuma garota dessa idade deveria ser submetida. Desafio qualquer garota bonita a ser catapultada ao estrelato aos 14 anos e conseguir se manter nesse nível daí em diante”, disse ela, na época, à agência Reuters.

Outras adolescentes se aventuraram em papéis sexualizados. Jodie Foster, por exemplo, interpretou uma prostituta de 12 anos em Taxi Driver, em 1976 – uma ousadia para a época. Mas esteve acompanhada da mãe minuto a minuto. Nathalie Portman, outra que tem passado meio escabroso, tratou de conseguir se formar na Universidade de Yale. Doze anos depois de Taxa Driver, Jodie Foster conseguiu seu primeiro de dois Oscars e tornou-se referência em Hollywood como atriz e diretora.

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