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quinta-feira, 21 novembro, 2024

Sexo sim, beijos não, as novas regras

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Vamos e venhamos – está difícil. Com essa pandemia que assusta até lobisomem, flertar, paquerar, caçar, ficar está perigoso para todo mundo.

Quando isso passar, certamente o comportamento de homens e mulheres será outro. Mas vai ser complicado o prazer, combinando uso de máscaras, distanciamento seguro e intimidades. E lembrar que tudo pode começar com um beijo. O beijo que desencandeia a excitação.

Antes da pandemia a história era outra. Pessoas que acabavam de se conhecer trocavam singelos beijinhos no rosto. Se rolasse um clima a coisa evoluía, até chegar ao sexo propriamente dito – depois de muitos beijos e abraços.

E como vão ficar os encontros? Num aspecto todos concordam – a comunicação entre os casais que pretendem se conhecer melhor será mais visual e pouco verbal. Olhares e gestos vão contar muito e serão essenciais para a sedução. Meio à moda antiga. A médica e sexóloga clínica Francisca Molero, presidente da Federação Espanhola de Sociedades de Sexologia, diz que neste momento, beijar uma pessoa que se acaba de conhecer é desaconselhável.

“Os rituais terão de ser transformados, diz ela. Antes da pandemia, as interações amorosas haviam mudado e muitas pessoas começavam um relacionamento romântico já por meio do sexo; se funcionasse, elas se davam a chance de continuar se conhecendo. Agora, vão precisar se sentir mais seguras para se tornarem íntimas. Deve ser compensado com a comunicação visual, e não verbal. O olhar, os gestos terão muita importância erótica … Pode ser que passemos a dar mais espaço à sedução, àquela comunicação erótica que não é corporal. Mais à moda antiga? Certamente”.

É aí que é preciso ter tato. O encontro não é para espantar, e sim para conquistar. É uma má idéia mandar a mocinha bonita e atrativa lavar as mãos. Ela até irá, mas voltará? Sem tato, cuidado, a forma correta de dizer, nada feito. É preciso lembrar quando começaram as campanhas de mulheres convencerem homens a usar preservativos. “Nós vamos estar bem melhores, você e eu” – é a sugestão da psicóloga Miren Larrazábal.

Mas tem coisa que assusta mais. O Departamento de Saúde de Nova Iorque, por exemplo, divulgou algumas diretrizes no começo de junho. Uma delas é a recomendação do uso de máscara durante o sexo. Os dois. E se um ou outro for do tipo que pega o que está disponível, as diretrizes recomendam testes de covid cinco a sete dias após cada encontro. Há o problema ainda do distanciamento recomendado, de dois metros. A nudez do parceiro – ou da parceira – é um dos estímulos para o sexo.

Há outras práticas recomendadas. Uma delas é o sexo virtual. Uma alternativa meio estranha. A sexóloga diz ainda que somente na hora que houver mais confiança se deve partir para o sexo presencial. “Sexo virtual também é sexo, e pode ser uma alternativa por meio de mensagens que criam essa intimidade e a partir daí, se tiver mais confiança, decidir se pode se permitir a parte presencial. E também, brincar de pedir à outra pessoa que faça tal ou qual coisa enquanto olhamos, e a masturbação, é claro”.

Não vale também pedir resultados de exames médicos ao parceiro (ou parceira). Covid não é doença sexualmente transmissível. Estudos sobre a presença do coronavírus no esperma são contraditórios. “Devemos tomar medidas excepcionais e ser mais criativos. Podemos praticar a masturbação juntos, mantendo a distância de segurança. Tudo isso temos de incorporar ao nosso repertório de comportamentos sexuais e devem ser os mais frequentes enquanto durar esse estado excepcional”, continua Francisca. O difícil vai ser convencer brasileiros a adotarem essas recomendações.

Urbem
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A Editora Urbem faz parte do Grupo Novo Dia e edita livros de diversos assuntos e também a Urbem Magazine, uma revista periódica 100% digital.
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