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sexta-feira, 22 novembro, 2024

Com pandemia, outra epidemia: o abandono de animais

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O fato está se repetindo em todas as cidades, desde que a pandemia se instalou. Aquele que é o melhor amigo do homem deixou de sê-lo. Agora é um problema. Gatos dorminhocos, parceiros de sofá em noites de televisão, agora são motivo de medo. Donos de animais de estimação estão abandonando suas antigas companhias, ou por causa da crise econômica ou por medo de transmissão do coronavírus. O abandono é confirmado por ONGs de proteção aos bichinhos e pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária. A cada dia que passa, ruas vazias ou não, são pontos de reunião de animais abandonados, principalmente cães.

A ONG Cão sem Dono, por exemplo, afirmou à BBC News que recebe média de 200 e-mails por dia. Todos de gente interessada em doar seus animais. O aumento, segundo a ONG, é de 40% em relação ao ano passado, quando não havia pandemia. Como praticamente todas as ONGs com abrigos para animais estão cheias, o destino dos cães e gatos é mesmo a rua. Os motivos mais citados nos e-mails são perda de emprego, gente que está se mudando para casa de parentes (que não admitem animais) e vão morar de favor, e medo do vírus chinês. Há os casos ainda de devoluções – animais que foram adotados antes de março voltaram ao seu orfanato.

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O abandono não é somente de cães e gatos vira-latas. Animais de raça, provavelmente com pedigree, foram deixados à própria sorte. Cachorros estão entre os maiores números, largados em ruas, praças, estradas ou, quando ainda pequenos, deixados em ONGs de proteção a animais.

Cenário bem diferente do começo da pandemia, quando muitos, sentindo-se solitários, procuraram adotar animais para lhes fazer companhia. E quando começaram a circular notícias afirmando que animais domésticos poderiam transmitir o coronavírus, a coisa mudou. Mas estudos científicos provaram que animais não são necessariamente transmissores do vírus.

O Conselho Federal de Medicina Veterinária afirma que avalia de forma preocupante a situação de abandono de animais de estimação. As vigilâncias em zoonoses das prefeituras normalmente só recolhem animais abandonados quando eles podem ser risco à saúde pública. E quais são os riscos? São considerados riscos para saúde pública: a suspeita de portar ou transmitir zoonoses de relevância, como a raiva ou esporotricose; animais agressivos com histórico de atacar ou morder pessoas, animais que tenham invadido instituições públicas, desde que se enquadrem nos riscos já citados, animais em sofrimento quando necessária a indução de morte sem dor (eutanásia).

Não bastassem os casos de abandono, há outros problemas. Por causa do isolamento social, deixaram de acontecer as tradicionais feirinhas de adoção de animais. As ONGs lotadas tiveram suas despesas aumentadas (alimentação, medicamento) e as doações minguaram. E tudo isso sem contar os casos de donos de animais que passaram desta para melhor.

Urbem
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A Editora Urbem faz parte do Grupo Novo Dia e edita livros de diversos assuntos e também a Urbem Magazine, uma revista periódica 100% digital.
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