O pai do cabeleireiro Ruan Baldinelli, de 26 anos, morto pela Covid-19 em Jundiaí, contou ao G1 sobre a perda do filho para o vírus. O paciente foi a 30ª vítima na cidade e estava internado no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) desde o dia 8 de maio, mas não resistiu e morreu no dia 17.
Taxista há 29 anos, Edivaldo Baldinelli não conteve as lagrimas ao falar do filho, que era empreendedor e trabalhava em um salão na Vila Rami.
“Pense em uma pessoa exemplar e fantástica. Nosso telefone ainda recebe mensagens de pessoas solidárias nos mandando palavras de conforto. Nem eu sabia que ele era tão querido”, contou o pai.
De acordo com Edivaldo, o filho dobrou os cuidados de segurança e higiene quando soube da circulação da Covid-19 em Jundiaí. Colocou panos com produtos na entrada do salão e só permitia apenas clientes com máscaras e que passassem álcool em gel nas mãos.
“Acho que não foi infectado no salão, porque as pessoas que trabalhavam com ele ninguém testou positivo”, disse Edivaldo.
Segundo o taxista, um dos primeiros sintomas que Ruan apresentou foi a tosse seca. Mas em poucos dias o jovem procurou atendimento no HSVP e logo foi entubado. Ele não possuía doença pré-existente.
“Algumas pessoas falaram que em 15 dias já estava recuperado, porque era jovem, mesmo que era um pouquinho obeso. Foi ficando pior e não teve chance, o pulmão ficou comprometido. Destruiu a nossa família. Ele morava sozinho, tinha a vida dele, com sucesso e alegre. Onde chegava dava risada”, lembra.
Toda a família de Ruan fez exames de Covid-19 e ninguém testou positivo. A unica pessoa que precisou ser internada foi o namorado do jovem, em Araras, no interior de São Paulo. Ele permanece internado, apresentou melhora e não corre risco, informou Edivaldo.
“As pessoas devem se cuidar, usar máscara e não ficar de bobeira. Meu filho era saudável. A gente amava ele”, concluiu.
