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segunda-feira, 29 abril, 2024

Coronavírus: vacina no Brasil começa a ser testada em animais nas próximas semanas

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O imunologista Gustavo Cabral cresceu vendendo frutas na feira de Tucano, interior do sertão baiano. Natural de Creguenhem, povoado na zona rural da cidade, ele só concluiu o ensino fundamental aos 21 anos. Hoje, aos 38, é responsável por chefiar a pesquisa para desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus no Instituto do Coração (Incor) da Faculdade de Medicina da USP.

Depois de juntar dinheiro durante três anos, Cabral conseguiu se mudar para Senhor do Bonfim, na Bahia, para graduar-se em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb), que abriu as portas para o mestrado em imunologia na Universidade Federal da Bahia, em Salvador, um doutorado na USP e um pós-doutorado em Oxford, na Inglaterra, e em Berna, na Suíça, onde estudou imunologia aplicada à vacina.

Foi de lá que ele voltou há quatro meses, a convite de Jorge Kalil, referência em pesquisas de vacinas, para desenvolver sua pesquisa no Incor. Quando viu as primeiras notícias sobre o novo coronavírus, Cabral não imaginava que precisaria adaptar sua metodologia de trabalho — focada em chikungunya e estreptococos — para desenvolver uma vacina para a covid-19.

“À princípio, imaginei que o vírus se concentraria na China, já que existe um sistema de vigilância global. Foi o que aconteceu com o ebola, por exemplo, que não se espalhou. Quando, em fevereiro, às vésperas do carnaval, o vírus continuava se expandido, pensei agora, ferrou”, diz ele.

“O objetivo da vacina é fazer com o que o vírus seja incapaz de induzir a doença na pessoa. É o que acontece, por exemplo, nas vacinas contra a gripe. Podemos utilizar o vírus inteiro, apenas um pedaço dele, um pedaço do DNA ou um pedaço da proteína desse vírus para colocá-lo no corpo e fazer com que esse corpo reconheça como algo estranho e desencadeie uma resposta imunológica”, explica Gustavo.

Gustavo afirma que os primeiros testes serão em animais nas próximas semanas. “Estamos muito adiantados no quesito da produção intelectual, com a produção dos VLTs e das proteínas, a formulação da vacina já está bem adiantada. Os trabalhos in vitro também estão adiantados e já estamos partindo para os testes pré-clínicos em modelos animais nas próximas semanas. Com a corrida para ver quem cria a vacina primeiro, alguns países querem pular da experimentação in vitro direto para seres humanos, mas isso é uma loucura”, afirma o médico.

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