A presença do novo coronavírus, causador da covid-19, foi detectada em oito entre 26 amostras (31%) na primeira semana dos trabalhos de campo realizados dentro do projeto-piloto Monitoramento Covid Esgotos. O primeiro boletim de registro do andamento da pesquisa foi divulgado na segunda-feira (4). Dessas oito amostras positivas para o novo coronavírus, três foram coletadas na sub-bacia do Ribeirão Arrudas e cinco na sub-bacia do Ribeirão do Onça (Belo Horizonte e Contagem, em Minas Gerais). As coletas foram feitas de 13 a 24 de abril de 2020.
O projeto-piloto Monitoramento Covid Esgotos tem o objetivo de monitorar a presença do novo coronavírus nos efluentes de Belo Horizonte e Contagem (Minas Gerais), gerando dados para a sociedade e ajudando gestores na tomada de decisão.
O trabalho, que terá duração inicial de 10 meses, é fruto de Termo de Execução Descentralizada firmado entre a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto, em parceria com o Instituto Mineiro de Gestão das Águas, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
Com a continuidade dos estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus nas diferentes regiões analisadas, para entender a prevalência e a dinâmica de circulação do vírus. Segundo o primeiro boletim do projeto-piloto, o estudo teve início com o monitoramento de 16 dos 24 pontos nos quais será feita a coleta de amostras. A coleta completa nos 24 pontos passará a ser feita nesta semana.
Os pesquisadores envolvidos no estudo reforçam que não há evidências da transmissão do vírus, ainda com potencial de causar a infecção da covid-19, através das fezes (transmissão feco-oral) e que o objetivo da pesquisa é mapear os esgotos para indicar áreas com maior incidência da transmissão, por exemplo.