“Queridos vizinhos mais velhos, se precisarem de algo da rua, podem contar comigo…”. É assim que a gerente de comunicação Christiane Cralcev abre o bilhete fixado no elevador de seu prédio, se prontificando a ajudar os vizinhos, especialmente os de mais idosos, diante do cenário do coronavírus.
Christiane que olhava com menos atenção para o Covid-19, passou a se preocupar mais depois que a OMS (Organização Mundial de Saúde) decretou pandemia. “Até então eu não tinha entendido que havia um público mais vulnerável. Foi quando percebi que estávamos fazendo algo errado”.
Entre os equívocos está o fato de as pessoas irem ao supermercado para prover a casa de suprimentos como papel higiênico, por exemplo. “Me dei conta que a maioria não tinha compreendido que a nossa atitude deveria ser mais de proteção para aqueles que precisam de ajuda. Afinal, muitos idosos não têm como se proteger, nem têm ajuda para fazer coisas simples como dirigir, usar o celular ou um aplicativo para pedir comida”.
Até o momento, evidências revelam que a Covid-19 é muito mais grave entre os idosos, justamente o grupo etário que mais cresceu nos últimos anos no Brasil, segundo dados do IBGE. A taxa de mortalidade, entre eles, chega aos 15%, especialmente para os que já passaram dos 80 anos.
A razão para isso é que uma das consequências naturais do envelhecimento é a menor atividade do sistema de defesa do corpo. Soma-se a isso o fato de que, entre os adultos maduros, é comum a presença de doença crônicas como o diabetes, problemas cardiovasculares, asma e DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) que por suas características, já sobrecarregam o sistema respiratório.