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terça-feira, 30 abril, 2024

Adiar eleições, opção inteligente

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Outubro está chegando e no mês estão marcadas eleições para prefeitos e vereadores. Nem é preciso lembrar que o país todo está passando por uma situação de emergência, com medidas restritivas à circulação de pessoas. Não seria inteligente adiar as eleições? Seria. E seria muito inteligente.

Na Câmara dos Deputados já foi apresentado projeto para isso. Os atuais prefeitos e vereadores teriam mandato prorrogado por mais dois anos, e as eleições municipais seriam juntas com as de presidente, governador, deputados e senadores. Além de inteligente, racional – gastaria-se a metade. Mas aprovar ou não vai depender de alguns malandros do Congresso, como os presidentes Rodrigo Maria (Câmara) e Davi Alcolumbre (Senado).

Além de inteligente e racional, também seria uma medida sensata. Há de se reconhecer que quatro anos formam um período muito curto para qualquer governante fazer algo marcante em sua cidade. Marcante no bom sentido. Seis anos talvez seja muito – cinco seria o ideal. Mas na situação em que estamos, melhor os seis anos.

Isso já aconteceu uma vez. Prefeitos eleitos em 1976, e que deveriam entregar os cargos em 1980, tiveram seu tempo prorrogado até 1982. O mesmo aconteceu em seguida – quem começou o mandato em 1983 ficou até 1988. É bom lembrar que uma eleição custa muito dinheiro.

E na situação atual, também é sensato usar o dinheiro do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral – que não é pouco – para cuidar da saúde da população. Quando isso for discutido (o projeto) aparecerão idéias idiotas e teorias de conspiração. Mas isso faz parte dos que são contra, da turma do quanto pior, melhor. Inteligência é um dom, e nem todos têm esse dom.

Certamente aparecerão opiniões na mídia. Serão ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou Supremo Tribunal Federal (STF) vomitando ideias sinistras. Talvez Gilmar Mendes já esteja com algum parecer pronto – e aí é só colocar a data. Parecer contrário, bem entendido.

Nesses dois anos a mais sem eleições, talvez se encontre onde está a malandragem das urnas eletrônicas. Só para lembrar: o presidente Bolsonaro afirmou que houve fraude nas urnas eletrônicas em 2018, e que de fato ele teria ganho a eleição no primeiro turno. Misteriosamente, no dia seguinte, a empresa que produz essas urnas eletrônicas foi incendiada. Literalmente, uma queima de arquivo. As urnas são fabricadas na Venezuela. Só para entender.

Se as eleições deste ano forem mantidas para outubro, teremos muitos problemas. Se aglomerações estão proibidas, como os partidos farão convenções? Como os eleitores irão à sua seção para votar? Como os candidatos exporão seus programas e suas idéias ao eleitor? Gostemos ou não dos políticos, somos obrigados a neles votar. E se omitir é pior.

A ideia de adiar eleições também pode ser vista como o manual de quem resolve problemas – um problema de cada vez. Primeiro vamos cuidar da saúde, depois dos políticos. Coisa que por certo vai jogar pela janela muita pretensão de oportunistas. Mas, sem saúde, nada feito. E mais dois anos passam depressa.

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