Prestes a completar 100 anos, a Associação Atlética Ipiranga resolveu encerrar suas atividades, durante assembléia no último sábado (14). O motivo era esperado – muitas dívidas e faturamento mensal insuficientes para cobrir as despesas. A diretoria estipulo prazo de seis meses para encerrar tudo e encontrar alguém que compre o imóvel, na avenida São Paulo 77, na Vila Arens.
O Ipiranga estava em dificuldades há algum tempo. Antes sua frequência era grande, a ponto de contar com um time de futebol que disputou campeonatos oficiais – era conhecido como Falcão Negro, e esteve em dois campeonatos profissionais, em 1961 e 1962. Com o tempo, os sócios desapareceram. Uma das alternativas foi alugar o imóvel. O Sindicato dos Plásticos de Jundiaí assumiu o clube, e parte dele foi realugado para o Rei da Noite.
O Rei da Noite mudou-se para um prédio ao lado (considerado uma das melhores casas de shows da região), e o sindicato devolveu o clube à diretoria com o fim do contrato. Muitos creditam a crise aos condomínios hoje existentes, onde há academias de ginástica e piscinas.
O Novo Dia consultou quatro imobiliárias pedindo avaliação, mesmo que superficial, do imóvel. Nenhuma se arriscou a estipular valores, mas todas foram taxativas – o local é excelente para construção de um condomínio, que já nasceria com estrutura de lazer. Parte da sede seria demolida para a a construção de uma torre.
A história dos clubes de Jundiaí não é um primor. Nos últimos anos a cidade perdeu a Associação Esportiva Jundiaiense (Centro), o Floresta (Vila Rami) e o Nacional (Vila Arens). A história do Floresta ainda não terminou – o clube sofreu intervenção judicial, e sua venda ainda não está bem explicada. Mas tudo lá foi demolido e há um galpão comercial no lugar.