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sexta-feira, 26 abril, 2024

Santo Empreendedor

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Quando fui convidado, em Janeiro de 2019, para fazer parte do Portal do Pensamento Corporativo, meu desafio era incentivar o micro, pequeno e médio empresário, como tenho feito por meio de meu canal no Youtube e meu programa de TV. Nenhum incentivo verdadeiro pode ser baseado em ilusões e só fará sentido se eu mostrar a real situação e desafios que temos em nosso país, para quem quer empreender e inovar. Assim, batizei a coluna com este nome: “Santo Empreendedor”.

O empreendedor brasileiro não precisa ser santo, isso é exagero, mas tem vida difícil e é vítima de nossa própria cultura popular, alimentada por pessoas que, por alguma razão, não se veem como parte das organizações.

Minha missão nos artigos ou nas palestras é mudar essa visão!

Nosso país, embora cheio de recursos naturais e financeiros, é carente de muitas coisas básicas. Os recursos não chegam aonde deveriam chegar e sabemos que, onde há carência, há problemas. Onde há problemas existem também enormes oportunidades e podem surgir novas ideias e soluções. Essas soluções são, justamente, os produtos ou serviços que revolucionam a sociedade, que criam novas demandas, tecnologias e marcam o desenvolvimento e crescimento dos povos.

Penso que, se não tivéssemos problemas estaríamos na zona de conforto e nada precisaria mudar.

Por uma questão de cultura e certas tradições, correntes que ainda não nos libertaram da escravidão e por herança do Taylorismo, vemos o trabalho como algo sacrificante e o patrão como aquele que explora o trabalhador. Essa estigmatização de “patrão/feitor” faz com que o empresário brasileiro seja visto como oportunista em vez de “oportunizador”, como egoísta em vez de gerador de postos de trabalho e como explorador financeiro em vez de investidor. Todos têm a ideia de que o empreendedor é aquele sujeito que só manda, recolhe o dinheiro e se diverte com algumas malvadezas e abuso de poder.

Contudo, se empreender leva à tal boa vida e o empregado é tão explorado, por que a maioria das pessoas, então, procuram empregos?

Uma questão cultural. Desde cedo somos educados para não corrermos riscos. Somos alimentados com o medo da falência – o medo nos tira a vontade de avançar e crescer – e estimulados para termos salário garantido. De certa forma dizem que outros devem garantir a nossa subsistência e não nós mesmos. Somos programados a trabalhar para pagarmos nossas contas e apenas sobreviver. Nos educam para esperar que o governo ou que o patrão nos “dê” alguma coisa.

Isso pode ser constatado no uso do verbo “ganhar” para se referir ao salário. Nosso idioma transforma em uma espécie de esmola aquilo que levamos 30 dias para conquistar, como se o emprego (ou o salário) fosse uma benevolência do empregador, quando na verdade nossa valorização está diretamente ligada a lei da oferta e da procura, além da disposição de correr riscos.

Então, o que faz valer a pena ser empreendedor é justamente não passar a vida dependendo de alguém que lhe ofereça algo, mas sim criar a sua própria oportunidade.

Isso será tema para um outro dia. Hoje, o que faço concluir é que não valorizamos quem cria aquilo que a sociedade precisa, que são os empregos e as oportunidades. Não existe emprego se não existir o empregador. Não existe emprego bom em empresa ruim. Então minhas 2 dicas finais são:

Torne-se um empreendedor e gere o seu emprego e o de mais alguns. Mesmo que não tiver uma empresa sua, aja como empreendedor na empresa do outro, cuide como se sua ela fosse.

Se você se identificou com o nome desta coluna e está se achando Santo, sugiro que desça do pedestal e aceite que, antes de serem canonizados, os Santos normalmente eram martirizados, o que significa que, somente os bons e cheios de convicção sobrevivem.

Amém!

Aguinaldo OliveiraEmpresário, Palestrante Corporativo e Apresentador de TV.

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