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quinta-feira, 28 novembro, 2024

Ateal chega aos 36 anos. Fundadora é Mariza

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Primeira lição: não existe ninguém completamente surdo – sempre há um resquício de audição. Segunda lição: uma pessoa só é muda se não tiver a laringe. Terceira: não existe surdo-mudo. Há 36 anos a Ateal (Associação Terapêutica de Estimulação Auditiva e Linguagem) de Jundiaí está provando  que é possível dar audição e fala a quem tem esse tipo de problema. E é um problema hereditário.
A história começa em maio de 1982, quando a fonoaudióloga Mariza Pomiglio (a primeira de Jundiaí) reuniu um grupo de 11 pais de crianças com deficiência de audição e linguagem. Mariza se tornou fundadora da Ateal, e quase ao mesmo tempo, da Amarati. Formada em 1973, abriu clínica particular e passou a prestar mais atenção ao problema.
Com pouca informação na época, Mariza foi fazer seu primeiro curso na antiga Iugoslávia, em Zagreb. De lá para cá os cursos se sucederam em muitos países, comprovadamente mais adiantados que o Brasil. Num deles, visitou diversas salas de aula onde os alunos conversavam. E quis saber quando conheceria os surdos. A resposta foi desconcertante: todos os que você viu até agora são – ou eram – surdos.
“5% da população tem perda auditiva, explica Mariza. Os que não têm, mas conservam hábitos como usar prolongadamente fones de ouvido, podem perder 5 decibéis de audição por ano. Sem contar que vivemos em ambientes com excesso de barulho, que afeta a audição”.
A recuperação da audição passa por avaliação, uso de aparelho auditivo e até implante do chamado ouvido biônico. “A avaliação é importantíssima, afirma Mariza, pois a pessoa pode estar usando um aparelho errado, inútil. Hoje, todas as crianças que nascem no Hospital Universitário de Jundiaí passam por avaliação. Quando um problema é detectado, há encaminhamento para tratamento especializado”.
O tratamento na Ateal pode ser feito pelo SUS (Sistema Único de Saúde) desde que haja encaminhamento de alguma unidade básica de saúde. O fornecimento dos aparelhos, quando necessários, também não tem custo. Só neste ano já foram entregues 2.840 aparelhos, parte doada por uma empresa norte-americana. Na fila de espera estão 3.468 pessoas. A Ateal atende média de 3.850 pessoas por mês, vindas de 19 cidades, incluindo Jundiaí.
A estrutura da Ateal não é pequena. São 86 funcionários especializados. Sua sede fica na Marginal do Rio Jundiaí, em frente à fonte luminosa. Para manter tudo isso, a Ateal conta com convênios com prefeituras, com o SUS, emendas parlamentares (verbas destinadas por deputados), venda de serviços e doações.
Há ainda as promoções. Todos os anos há sorteio de um carro (neste ano é um Mobi 0km, e o sorteio será em 12 de dezembro) e bazares. A venda de serviços é para clientes particulares e empresas. As doações saem de projetos com incentivo fiscal, associação, doações pontuais (Páscoa, Dia das Crianças e Natal) e da Nota Fiscal Paulista.
Até domingo Ateal tem bazar
Começou na quinta (29) e termina no domingo (2) o AT!Bazar promovido pela Ateal no Parque da Uva, em Jundiaí. Há grande variedade de produtos a serem vendidos com até 70% de desconto. Funciona das 11 às 21 horas, e a entrada é gratuita.
O AT!Bazar conta com apoio da Prefeitura de Jundiaí, do Grupo Bandeirantes e da CCR Autoban, além de voluntários.

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