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segunda-feira, 29 abril, 2024

Fenômeno, Bolsonaro tem exército de voluntários a favor

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O deputado, possível candidato à Presidência em 2018, chamou a atenção até da sisuda BBC de Londres para sua campanha
O deputado carioca Jair Bolsonaro é um dos políticos mais influentes em redes sociais. Meio boicotado por parte da imprensa, que o vê como radical, na Internet o ex-capitão do Exército é um fenômeno – tem mais de quatro milhões de seguidores no Facebook (Lula não chega a 3 milhões e Temer não passa de 580 mil). Mensagens em grupos de WhatsApp são milhões por dia.
Bolsonaro tem sua página, mas o que o torna fenômeno é o número de compartilhamentos e os grupos formados em sua defesa, o que significa intenção de votos. Tudo feito por voluntários, que enxergam Bolsonaro com simpatia.
Bolsonaro fala o que pensa. Defende abertamente o porte de arma para todos, castração química de estupradores, não poupa críticas aos políticos tradicionais e enfrenta manifestações contrárias – as poucas, quando acontecem. Em recente entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, do SBT, não escondeu que estava armado, e com uma pistola 45.
Em 2015, Bolsonaro tinha pouco mais de 4% das intenções de voto. Em abril passado, já tinha 15%, à frente de Marina Silva, Aécio Neves, Geraldo Alckmin e Ciro Gomes. Só perdia para Lula no primeiro turno. Mas no segundo, numa simulação, ganha de lavada.
Bolsonaro está em seu sexto mandato na Câmara. Em 2014, foi o deputado mais votado do Estado do Rio de Janeiro, com mais de 460 mil votos. De lá para cá, suas declarações controversas sobre comunismo e a esquerda ganharam cada vez mais repercussão.
“O brasileiro é carente por líderes, e ele assumiu esse vácuo, como uma figura transparente, que fala o que pensa. A ideia de elegê-lo veio porque ele não tem histórico de corrupção”, afirma Dom Werneck, que se identifica apenas como militante, é conhecido por recepcionar Bolsonaro toda semana no aeroporto de Brasília, cidade onde mora.
Werneck afirma que foi o precursor dessa rede, em 2013, quando conheceu as opiniões do deputado. No ano seguinte, o encontrou pessoalmente. “Bolsonaro é um dos poucos políticos que têm uma militância voluntária. Me aproximei dele por causa disso e falei vamos fortalecer a militância para o senhor vir aí em 2018. Aí começamos a trabalhar”, diz.
“Eu fazia uma lista (de apoiadores) e pedia a ele que mandasse um recado para cada um. As pessoas gostavam e desenvolviam grupos em suas cidades”, continua Dom. No esquema digital, os chamarizes são as páginas no Facebook. A maioria cita o deputado no título e tem centenas de milhares de seguidores, como Bolsonaro Opressor 2.0, com 735 mil curtidas e Bolsonaro Presidente, com 493 mil curtidas.
As publicações, cujo alcance é de milhões de usuários, são um misto de fotos do deputado e críticas a políticos e juízes. O objetivo principal é “mostrar quem Bolsonaro é de verdade”, diz o administrador Thiago Novais, da Eu Era Direita e Não Sabia. Outra meta é suavizar seu discurso. Embora elogiem a atuação do deputado, alguns reconhecem que o estilo radical pode prejudicá-lo na corrida presidencial.
“É claro, ele deve ter um probleminha, porque é militar, é truculento. Mas a gente tenta moldar na nossa página um Bolsonaro maduro na questão política, falando sobre como vai mudar a educação, por exemplo”, diz Thiago Turetti, que administra outra página no Facebook. Para chegar a esse fim, são vários os vídeos do pré-candidato visitando colégios militares. Uma de suas bandeiras é a militarização das escolas públicas.
Apresentar as propostas do deputado não é suficiente. Para os entrevistados, é preciso que elas sejam levadas a milhões de brasileiros. É aí que entram os grupos do WhatsApp, nos quais os apoiadores avisam e são avisados sobre aparições de Bolsonaro na imprensa, polêmicas envolvendo seu nome e enquetes presidenciais. O convite para entrar acontece pelo Facebook.
A intenção é que essas pessoas acessem links sobre o mito, como é conhecido nessas comunidades, façam campanha em seus perfis e comentem em posts, para espalhar o nome de seu candidato. Os comentários do tipo Bolsonaro 2018 são incentivados em todas mídias, inclusive em matérias sobre outros temas.
Os administradores afirmam que discussões com pessoas de opiniões contrárias às do deputado, como feministas e petistas, não são estimuladas nos movimentos. Mas não são raros os bate-bocas virtuais envolvendo o nome de Jair Bolsonaro. Além disso, conteúdos críticos a esses grupos são publicados com frequência no Facebook.
Uma das polêmicas deste ano foi o vazamento de fotos da filha da deputada Maria do Rosário, do PT, que tem 16 anos. Nas imagens, a jovem aparece seminua e muito magra. Maria do Rosário, rival política do deputado, procurou a Polícia Federal para que o episódio fosse investigado. “As fotos foram um presente para nós, diz Dom Werneck.”A menina tira foto nua, dando maconha para o cachorro…porra. A gente espera um pouco mais de um representante público”.
A palavra-chave para explicar o apoio a Bolsonaro, de acordo com seus admiradores, é honestidade. O fato de ele não ser citado em escândalos de corrupção se tornou um grande atrativo.
Bolsonaro tem muito para surpreender no próximo ano, embora haja quem o menospreze e os que considerem sua popularidade uma corrida de cavalo paraguaio. Mas é bom lembrar que o presidente americano Donald Trump também não foi levado a sério. Deu no que deu.

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