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sábado, 27 abril, 2024

Mulheres têm mais catarata, diz IBGE

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Diagnóstico entre elas é 29% maior. Saiba como reduzir os riscos.
A última Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE revela que a prevalência da catarata é 29% maior entre as brasileiras do que entre eles. Atinge 31,9% das mulheres contra 24,6% dos homens com 60 anos ou mais. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier uma das explicações para esta diferença são os picos de estrógenos do ciclo menstrual. Isso porque, quando os hormônios sobem o cristalino absorve mais água e à medida que os hormônios voltam ao nível normal o cristalino desidrata. A repetição deste processo ao longo da vida reprodutiva estimula a opacificação do cristalino que caracteriza a catarata.
O especialista afirma que geralmente a doença aparece após os 60 anos. Por causa de TRH (terapia de reposição hormonal) utilizada pelas mulheres após a menopausa, entre 45 e 50 anos, pode ser antecipada na população feminina. Isso porque a TRH aumenta a produção da proteína C-reativa também associada à opacificação do cristalino.
A boa notícia é que a cirurgia, único tratamento efetivo que substitui o cristalino do olho por uma lente intraocular pode eliminar a dependência dos óculos de grau que são rejeitados por uma em cada 3 brasileiras.
Efeito na lágrima
Queiroz Neto resalta que outro efeito dos hormônios femininos sobre a saúde ocular é a síndrome do olho seco. É uma alteração, explica, na quantidade ou qualidade da lágrima que tem a função de proteger e nutrir a córnea, lente externa do olho que trabalha junto com o cristalino para focalizar as imagens na retina.
Os sintomas da síndrome são: olhos vermelhos, sensação de corpo estranho, ardência, coceira e visão borrada. O oftalmologista diz que o tratamento pode ser feito com colírio de lágrima artificial mas pontua que instilar mais de 4 vezes/dia pode irritar os olhos quando a fórmula contém conservante. Em casos mais severos o médico recomenda o uso de cápsulas de semente de linhaça. Isso porque, contém ômega 3, essencial para manter a camada lipídica da lágrima que evita a evaporação da camada aquosa. “Incluir sardinha, salmão ou bacalhau na dieta também ajuda a manter o filme lacrimal em equilíbrio”, afirma
Outros riscos
O oftalmologista ressalta que outros fatores de risco para o desenvolvimento da catarata que têm maior prevalência entre mulheres são a maior exposição dos olhos à radiação UV nos banhos de sol prolongados, o estresse da dupla jornada de trabalho e a maior prevalência do diabetes entre elas.
Para proteger os olhos da radiação UV, o especialista afirma que óculos com filtro UV devem ser usados inclusive nos dias nublados. Isso porque, 70% da radiação atravessa as nuvens e a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é proteger os olhos com lentes que filtram 100% da radiação sempre que a radiação ultrapassar o índice de 6. Para quem usa óculos de grau, ele lembra que as lentes corretivas transparentes também podem ter proteção UV.
Para reduzir os efeitos do estresse sobre a visão recomenda 3 horas de atividades físicas/semana. Isso porque, exercícios físicos diminuir a formação de radicais livres e melhoraram o condicionamento cardíaco que está relacionado à boa circulação no sistema ocular e à saúde da retina.
Segundo levantamento da OMS no Brasil 8.8% das mulheres e 8,1% dos homens têm diabetes, sendo que 76% não conseguem manter a glicemia sob controle. O oftalmologista adverte que a falta de controle glicêmico forma depósitos de sorbitol no cristalino e antecipa a formação da catarata. Outro risco, ressalta é o desenvolvimento de retinopatia que leva à perda visual permanente. Por isso, o controle da glicemia deve ser diário para garantir a visão.

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