Lugar de mulher é onde ela quiser e bem entender

Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o JN mostra três exemplos de mulheres bem sucedidas
 
Lugar de mulher também é empreendendo

Cleide Bazanelli começou sua trajetória como técnica de manutenção de aeronaves antes de, em 1998, fundar a empresa de aviação executiva Hangar 1.
Apaixonada pelo que faz, Cleide conta que nesses 18 anos contribuiu para o desenvolvimento do aeroporto Comandante Rolim Adolfo Amaro, em Jundiaí. “O Hangar 1 foi pioneiro em tudo. Além de ter sido um dos primeiros galpões de aviação a chegar no aeroporto, foi em uma época na qual era muito difícil encontrar mulheres na área de aviação”.
A empresária diz nunca ter sido vítima de nenhuma atitude discriminatório e sempre ter sido tratada com respeito. “Nunca sofri ou presenciei nenhuma atitude desrespeitosa, pelo contrário. Mas não nego que é desafiador, pois é um mundo masculino o que escolhi”.
Apesar da baixa representatividade feminina em diversas áreas, Cleide acredita que isso não deveria ou deve desencorajar outras mulheres e que, sim, o lugar da mulher é onde ela quiser.
 
Lugar de mulher também é na polícia

Com senso de justiça, dedicação e paixão, Loide Camilo Souza Fiuza de Carvalho desempenha há mais de 18 anos seu trabalho como soldado da Polícia Militar no 11º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPMI).
Segundo a soldado Loide, o fato da instituição ser majoritariamente formada por homens não a torna um ambiente hostil às mulheres e que foi bem recebida. “Quando decidi fazer parte da PM, em nenhum momento passou pela minha cabeça algo referente à desigualdade entre homens e mulheres. Eu tinha a vontade de ajudar as pessoas e por isso estou aqui hoje”.
Desde seu ingresso na corporação, em 1998, a soldado conta com algumas histórias de patrulhamento. Como quando integrava a equipe da Força Tática do 7º Batalhão de Polícia Militar da área Metropolitana (BPMM) ou quando através do diálogo solucionou um possível conflito com moradores de rua. “Homens e mulheres possuem diferenças físicas que no trabalho policial fica bem evidente. Contudo não há distinções na tarefa do patrulhamento”.
“Homens e mulheres possuem suas diferenças e no trabalho da polícia isso fica bem evidente. Não posso entrar em um combate com um homem, pois é provável que ele seja mais forte. Sempre optei por enfrentar os desafios do patrulhamento pelo diálogo”, explica.
Nesse Dia Internacional da Mulher, Loide gostaria que os esforços das mulheres do passado e da luta feminina fossem lembrados no 8 de março. “O dia da mulher deveria ser lembrado mais pelo seu significado e não como um dia para parabenizar as mulheres sem saber o porquê”.
 
Lugar de mulher também e dirigindo ônibus

Motorista de ônibus há mais de oito anos, Susana Gargan conta que teve a paixão logo à primeira vista, quando o pai a ensinou dirigir o caminhão da família, um Scania 113, aos 13 anos. “Não comecei com carro pequeno, aprendi a dirigir em um 113. Me apaixonei desde então e segui nessa área”.
Apesar dos vários quilômetros já rodados ao longo dessa quase década e possuir a mesma habilitação que que um motorista do sexo masculino, Susana diz ainda sofrer discriminação por parte de alguns passageiros, que às vezes esperam pelo próximo ônibus. “No ambiente de trabalho, com os colegas, não há nenhum problema. Mas alguns passageiros ainda se mostram resistentes ao ver uma mulher conduzindo”, afirma.
O sonho de Susana é ser motorista de carreta, objetivo que pretende realizar ainda este ano. No Dia Internacional da Mulher, ao invés da tão sonhada habilitação categoria “E”, deseja ganhar reconhecimento. “Nós, mulheres, ainda não temos o reconhecimento como motorista profissional. Esse ano invés de flores, o presente poderia vir em forma de reconhecimento”, desabafa.