O impeachment chega à Maçonaria

Não só presidentes da República podem ter dores de cabeça com pedido de impeachment. Tornou-se público agora o caso envolvendo a Maçonaria – seu maior líder entregou à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro 21 livros onde estão os códigos, as tradições e parte dos rituais da Maçonaria. Como esses livros são considerados segredo, teria havido traição.
Não foi um simples maçom que fez isso. Foi nada menos que o soberano grão-mestre geral do Grande Oriente do Brasil, Marcos José da Silva, que entregou os livros. Não há cargo acima do dele. O Grande Oriente do Brasil foi fundado em 1822, tem 60 mil membros e nunca em sua história houve algo semelhante.
Resultado: o grão-mestre poderá sofrer impeachment. A assembléia que vai decidir o destino de Marcos está marcada para sábado (18) no Templo Nobre do Grande Oriente do Brasil, em Brasilia. E a encrenca já começou. Marcos já recorreu ao Supremo Tribunal Federal Maçônico e conseguiu uma liminar para retirar o assunto da pauta.
Mas os 600 maçons que deverão participar da assembléia podem iniciar o processo de impeachment sem problemas. Marcos está enquadrado em dois artigos do Código Maçônico: o 73, inciso XIV, condena quem facilitar ao profano (não maçom) o conhecimento de símbolo, ritual, cerimônia ou de qualquer ato reservado a Maçom e o artigo 74, inciso I, que pune a traição ao juramento maçônico no qual figura o sigilo.