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quinta-feira, 31 outubro, 2024

Chico Buarque proíbe uso de suas letras em musical

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Ele, que defendia o teatro sem censura, proibiu espetáculo de usar suas letras porque atacou o PT, Dilma e Lula

Na tarde de domingo passado (20) Chico Buarque de Hollanda desautorizou o uso de suas canções num musical após “cacos” – versos introduzidos de improviso – contra a presidente Dilma Rousseff e o ex Luiz Inácio Lula da Silva provocarem reações da platéia durante apresentação em Belo Horizonte, na noite de sábado.
O espetáculo Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos foi interrompido por gritos de Não vai ter golpe – as palavras de ordem sempre sacadas pelos petistas para rebater as denúncias de malfeitos contra o partido levantadas pela operação Lava-Jato.
Parte do público não aceitou um comentário do ator e diretor Claudio Botelho contra a presidente Dilma e o ex-presidente Lula. Instalada a confusão, o espetáculo acabou interrompido antes do fim. O musical é uma história sobre um grupo de atores mambembes que, de cidade em cidade, vivem diversas histórias embaladas por canções de Buarque. “Sempre faço improvisos em um determinado momento do espetáculo, incluindo comentários políticos, criticando de Dilma a Eduardo Cunha, e nunca enfrentei nenhuma reação negativa”, afirma Botelho à reportagem do jornal O Estado de São Paulo.
O momento a que ele se refere é quando seu personagem, dono de uma companhia de teatro itinerante, chega a uma cidade e não avista ninguém na praça. No texto original, ele diz: “Onde estão as pessoas dessa vila? Assistindo novela?”. Em seguida, vem o momento do improviso. Na apresentação de sábado em BH, Botelho acrescentou: “Ou será que estão assistindo à prisão de um ex-presidente? Ou de uma presidente ladra que vem sendo vítima de impeachment?”
Diversas reações pipocaram na internet. Em uma delas, um ator que se identifica como Adir Assunção afirma ter enviado um e-mail para Chico Buarque dizendo que ele não podia mais conceder os direitos de uso de suas canções no musical.
O assunto também preocupou Botelho. Ainda em Belo Horizonte, ele entrou em contato com Vinicius França, empresário de Chico Buarque. “Não consegui falar com o Chico, mas eu precisava dar a minha versão”, disse Botelho.

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